Não morri no dia do acidente Em que meu carro foi quase partido ao meio Não contavam com sobreviventes Com um desastre realmente muito feio Não morri quando fui baleado Apesar de ter cruzado um tiroteio Eu mesmo fiquei admirado Porque nenhum dos 27 foi em cheio
Vez em que o azar tem trabalhado muito bem Mas a morte ao que parece não quer nem saber de mim Deve ter havido um erro na digitação Porque as coisas não costumam ser assim Eu devia ter morrido envenenado Por ter misturado whisky e gasolina Nem sequer fui hospitalizado O caso eu resolvi com uma aspirina
Não morri quando calcei a bota Sem saber que havia um escorpião lá dentro Pode ser que eu seja um idiota Pois não faço disso um acontecimento A única certeza que se tem nessa vida É que ela acabe, contra isso não há nada a se fazer Posso imaginar a sua indignação Não é só a discussão que vai perder
Estive sob sua mira E acabou sua munição Pra você ver que o jogo vira Não sou eu nesse caixão Assim acaba sua vida Vá você que eu não vou não Boa sorte na descida Não quero te dar lição nenhuma Uma explicação melhor fico devendo Não há uma palavra que resuma E você também não tem mais muito tempo
O fato é que eu também não entendo Eu sigo o rumo que o destino aponta E nesse meio tempo eu vou bebendo Até que a morte chegue e peça a conta Agora se me der licença Eu vou fumar o meu cigarro Vou tomar uma cerveja por ai Pode ser que um dia a sorte mude Sei que fiz tudo que pude Só por isso estou aqui
Estive sob sua mira E acabou sua munição Pra você ver que o jogo vira Não sou eu nesse caixão Assim acaba sua vida Vá você que eu não vou não Boa sorte na descida
Compositor: Marco Andre Alvares Donida (Donida) ECAD: Obra #12238266 Fonograma #10889790