Marcos Violeiro e Cleiton Torres
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O Boiadeiro e o Berrante

Marcos Violeiro e Cleiton Torres


Olha seu moço meu berrante pendurado
Todo sujo empoeirado na parede do porão
Há muito tempo eu ali dependurei
Nele nunca mais toquei pra não chorar de paixão

Também meu peito já não tem força bastante
Pra repicar o berrante e amenizar minha dor
De uma saudade das estradas e poeira
De uma vida boiadeira que pra mim já se acabou

Por que saudade machuca tanto?
Nem do meu pranto você não tem dó
E como dói, é torturante
Ver meu berrante todo coberto de pó

Olha seu moço como dói meu coração
Ver a minha profissão que não tem mais serventia
Porque agora se transporta uma boiada
Numa gaiola fechada em modernas rodovias

Não tem poeira, não tem grito de peão
Não se ouve no sertão um berrante em surdina
Por isso sinto no meu peito a grande dor
O progresso me forçou a mudar a minha sina

Por que saudade machuca tanto?
Nem do meu pranto você não tem dó
E como dói, é torturante
Ver meu berrante todo coberto de pó

Olha seu moço meu berrante no abandono
Parece que não tem dono o seu toque emudeceu
Quando lhe vejo os meus olhos enchem d'agua
Remoendo minhas mágoas me pergunto quem sou eu

Eu sou aquele um antigo boiadeiro
Um velho peão estradeiro sem cavalo e sem boiada
Que ainda guarda um berrante pendurado
Como um troféu polvilhado de poeira das estradas

Por que saudade machuca tanto?
Nem do meu pranto você não tem dó
E como dói, é torturante
Ver meu berrante todo coberto de pó

Composição: Marcos Violeiro, J. Wilson

Letra enviada por Pedro Paulo Mariano

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