Eu sou o todo dos considerados poucos Que são vistos como loucos só porque pedem um pedaço de pão Eu vim do outro lado do oceano me afastaram dos que amo E há muitos anos trabalhei na escravidão Eu estou em todos os lugares já naveguei os sete mares E ainda tenho braço pra remar E sei pra onde vou cumprir a minha meta fazer a coisa certa E lutar contra os que não sabem amar
Por isso me envolvo represento o povo Lutando nessa guerra essa voz que tanto berra Entre corruptos e honestos pelos protestos manifestos o spray testa e infesta deixa em off Coquetel Molotov é a festa! Pelos corredores as dores morando de favores ensinando a se forte mesmo diante da morte os horrores que nos tiram o cheiro das flores segregam seus valores suas cores e ainda diz que tá contigo aonde quer que tu fores
Eu sou aquele que está desempregado no mercado de trabalho escravo que enriquece o poder Eu estou vivendo a vida da viúva que embaixo de sol e de chuva rala pros filhos terem o que comer Aquelas crianças da escola ou outras jogando bola quando raramente se tem um momento de lazer Eu sou o teórico prático Pra ti sou o Rap, por ele sou tático E demonstro na prática representando você
Eu vim do gueto o chamado desespero pros que nasceram à beira no berço diferente do que o meu Eu sou a mãe que teme a sirene do carro da Pm que matou um inocente que era filho seu Eu sou o idoso abandonado pela família que sempre enfrenta fila Pra sacar sua aposentadoria Eu sou o jovem que trabalha e estuda que se empenha e tanto luta Pra um dia ser alguém na vida
Então não me iludo, pois tudo tem sua forma mas o que conforma é o conteúdo Entre corruptos e honestos a quem devo a honra de quem são os méritos Eu não julgo só conjugo no presente do futuro do pretérito Tudo em desordem é progresso Já estamos submersos digo isso em verso pra por do avesso o inverso É isso que eu prezo e peço quando rezo Véio O progresso está de volta, então anuncie o seu regresso
Eu sou o herói que aparece toda vez com as compras do mês com todas as contas em dia Eu sou aquele que pega o trem lotado todo dia pro trabalho de um salário essa pouca mixaria Estou nos becos nas vielas nos morros nas favelas sou a voz dela e dos que sentem oprimidos por isso eu digo que vivemos no perigo Quem é polícia quem é bandido nós que somos vistos como inimigos