Sou caboclo nascido no mato, eu sou cria lá do sertão. Gosto das coisas simples da vida, forno à lenha o arroz e o feijão. Água boa tenho para tomar, terra boa tenho pra plantar. Leite puro a mimosa me espera, bem cedinho eu posso ir tirar.
E depois do café reforçado, vou para lida cuidar do roçado. Sei que Deus trabalha comigo, e com fé eu não fico cansado. Fim da tarde enxada nas costas, pro meu rancho estou indo de volta. No riacho eu pesco uns lambaris, a mistura eu já garanti.
É por isso eu não mudo meu jeito Sou caipira lá do sertão É por isso eu não mudo meu jeito Sertanejo de coração
Á noitinha a viola me espera, esse pinho vem de tradição. Meu avô passou pro meu pai, do meu pai parou em minhas mãos. Com meu velho aprendi uns pagodes, e também aprendi uns modão. A viola tem o som da terra, passa de geração em geração.
No meu rancho sei que não tem luxo, ele é feito de tábua e de barro. Vou dormir com o barulho dos grilos, e acordo com o cantar do galo. Eu fiz ele la no pé da serra, tem até uma chaminé. Esse aqui é o meu paraíso, eu só saio quando Deus quiser.
É por isso eu não mudo meu jeito Sou caipira lá do sertão É por isso eu não mudo meu jeito Sertanejo de coração