Quem reclama, faz a cama
na varanda que tem
Nas calçadas, nas cabeças
sonhos não se perdem
dentro desses quartos
cheios de armários
nascem movimentos
que estamos por ter

Criando abstrações tão raras
que dançam nuas
onde ninguém mais vê

Traga o mundo mais perto
de onde você quer chegar
Vamos pra rua!
Vamos pra rua!
Gosto de apartamento
mas já é hora de andar
Vamos pra rua!
Vamos pra rua!
Toque o céu com as mãos em luzes de neon

Céu e praças, nas sandálias
gozo de sensações
Hoje as palavras dão
preguiça e mais dispersão

E esses pés descalços
valem mil sapatos
Samba e sentimento em emancipação
vindos de tão longe
coração adentro e afora
carona pra São Paulo, gratidão

Outro espaço, outros corpos
em carnais espirituosos
sem orgasmos virtuais