Ă€ noite
No silĂŞncio da rua
Passavam ciganos cantando
E a cidade chamava
Nas luzes perdidas do rio
No teu carro
Andámos por aĂ
Bebemos cerveja e falámos
Entre sombras de prédios calados
E sonhos de homens cansados
E algo em mim sobrevive
Desesperadamente
A ponte
despida e solitária
agarra-se Ă terra e ao tempo
entre golpes de raiva e ternura
os meus sonhos e os meus fracassos
Há escuro
Na inquietação do vento
Nas luzes esquecidas do rio
E tentam roubar-nos os dias
Tentam calar-nos as forças
Mas algo em mim sobrevive
Desesperadamente
Quero que por fim nos traga o sol
Andando pelo rio, perdidos na claridade
Hoje sĂł quero deixar viver este momento
Hoje sĂł quero caminhar pela cidade
No teu carro
Cruzámos as fronteiras
Bebemos cervejas e sonhámos
De tudo o que há sem regresso
Quem guardará o passado?
Entrego-me
Em passos sem destino
Até onde a fúria se acalma
Vou procurando a gente
Que Ă noite na rua cantava
E algo em mim sobrevive
Desesperadamente
Quero que por fim nos traga o sol
Andando pelo rio perdidos na claridade
Hoje sĂł quero deixar viver este momento
Hoje sĂł quero caminhar pela cidade