Lukas Graham
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À primeira vista, esta pode parecer uma história do Brooklyn, Compton ou mesmo de Dublin, menos de Copenhagen. No entanto, há uma comunidade no centro de Copenhagen chamada Christiania. Neste raio de 30 quarteirões, não há carros, postes ou polícia. Um banheiro privativo e água corrente eram considerados luxo no início dos anos 90. Cães percorrem as ruas de paralelepípedos, sem coleiras, e nuvens de fumaça saem das janelas. Porém, as pessoas são felizes e ajudam umas às outras.

Lukas Graham chama Christiania de lar. É por isso que ele faz a música que faz. É por isso que ele é do jeito que é.

Ele explica: "Éramos aquelas crianças que sempre estavam mais sujas do que as outras porque nosso "território" fora de casa era muito maior. Não éramos pobres. Apenas não tínhamos o suficiente. Quando você cresce assim, você acaba mostrando mais do que precisa. Faço isso com a música. Em vez de tratar de uma história de amor sobre uma garota de quem eu gosto, acabo cantando sobre meus amigos na cadeia e como me sinto. É mais fácil ser honesto sobre quem sou do que criar contos de fada".

A sua mãe trabalhava em turnos noturnos com limpeza, enquanto o seu pai consertava e reformava fogões e fornos antigos. Em sua pequena casa, ele era "incentivado, mas não forçado a se apresentar", Lukas relembra com carinho de uma tradição familiar que desenvolveu seu gosto pela música.

Ele afirma que "uma das melhores coisas eram os musicais na cozinha e na sala. Quando um de nós cozinhava, limpava ou lavava a louça, a gente podia escolher nosso álbum favorito e tocá-lo tão alto quanto quisesse. Tínhamos tudo, desde The Beatles e Rolling Stones a Gregory Isaacs, James Brown, Al Green e The Prodigy".

Para pagar os seus próprios tênis e calças jeans, Lukas trabalhou com dublagem. Trabalhou nas dublagens oficiais de Toy Story 2 e Toy Story 3 e participou de diversos outros filmes – desde os dois anos de idade.

"Sou o Andy dinamarquês! Isso é uma viagem!", ele ri.

Com oito anos de idade, Lukas entrou para o Coro de rapazes de Copenhagen e desenvolveu não apenas um gosto pela música clássica, mas também uma voz altamente treinada. Ele aperfeiçoou esse instrumento vocal nas turnês pelos EUA e pela Europa nos anos seguintes. Nesse meio tempo, desenvolveu fascínio pelas raízes irlandesas do seu pai e pela música folk do país. Com influência do hip-hop — como ele admite, "2001 do Dr. Dre mudou a minha vida" — começou a criar um estilo singular que transcendeu barreiras internacionais e limites culturais.

"Música folk e clássica combinada a soul, rock ‘n' roll e rap constituiriam a minha base operacional. Posso fazer você rir, dançar e chorar em 60 minutos de um show, se você deixar. É uma combinação de estilos musicais menos nobres. Arregaçamos as mangas e falamos de coisas importantes e também das triviais".

Após seis meses em Buenos Aires para espairecer e se afastar do lado sombrio da sua cidade natal, Lukas trouxe o seu som de volta a Christiania em 2010 onde se aliou à sua equipe de compositores Future Animals [Stefan Forrest e Morten Ristorp]. Escrever primeiro letras e contar histórias, nasceu aí o estilo da banda. Esse estilo define seu primeiro álbum, cujo título leva seu próprio nome e que alcançou platina- quádrupla na Dinamarca e rendeu três hits —"Drunk In The Morning" e "Better Than Yourself" no 1º lugar e "Ordinary Things" no 2º. Ao todo, as vendas acumuladas de seus singles na Dinamarca ultrapassaram 150.000 downloads e mais de 40.000.000 de streams.

Esse sucesso chegou ao resto da Europa. Na Alemanha, "Drunk In The Morning" chegou ao 1º lugar no iTunes. "Happy Home" virou o seu terceiro single número um na Dinamarca, e em 2014 e virou platina-múltipla na Noruega e na Suécia. Também conhecido por uma fenomenal performance ao vivo, ele se apresentou em inúmeros shows com ingressos esgotados e conseguiu participações importantes em festivais junto com os seus amigos e integrantes da banda, Mark "Lovestick" Falgren, Magnús "Magnúm" Larsson e Kasper Daugaard, com o show ao vivo mais popular da Dinamarca. No entanto, Lukas sempre leva Christiania em seus pensamentos.

Ele suspira: "Eu consegui. Fiz algo com a minha vida. Quando meu pai morreu, em vez de apenas lamentar, construí uma casa para a minha mãe. Consegui um apartamento a um quarteirão de Christiania. Todos os mesmos encanadores, carpinteiros e criminosos me encontram no bar local. Não vou a um clube caro comprar champanhe".

Lukas acrescenta: "Não digo que não fiz isso, porque fiz. Estourei os meus cartões de crédito e fui estúpido com o dinheiro após a fama. Tive sorte de conseguir perceber rápido que isso não era o objetivo".

Ele é sincero e admite erros. Esse tipo de honestidade chamou a atenção da gravadora Warner Bros. Records que assinou com ele após um showcase em Los Angeles em 2013. Em 2015, no seu álbum seguinte Lukas Graham (Blue Album) captura o espírito que, de imediato, fez todos acreditarem nele, além de servir como a sua apresentação para os EUA.

O primeiro single "Mama Said" começa com um coro infantil e produção animada. No verso, Lukas entrelaça uma narrativa confessional que resulta em um refrão poderoso e comovente.

Relembra: "Uma vez, as crianças na escola riram de mim porque eu estava usando os jeans errados. Eu tinha comprado as calças com o meu próprio dinheiro e estava bastante orgulhoso. A minha mãe disse: ‘Não ligue para esses riquinhos. Temos um teto e comida. Pense em quantas crianças não têm isso'. O meu pai me disse: ‘Você vai rir deles um dia, mas não olhe para trás. Não procure vingança e não sinta raiva. Continue em frente e sorria'. Nunca quis esquecer as minhas origens. Sei de onde vim. E não vou esquecer para onde vou".

O single "7 Years" que abre seu novo álbum começa cheio de sentimento com um som suave de piano. Ele faz uma reflexão acerca da sua vida e do futuro.

Ele afirma: "Não podia passar dos 60 porque meu pai morreu aos 61". "Preciso passar dessa idade para acreditar. É uma música sobre envelhecer. Também cheguei à conclusão de que ser pai é o mais importante. O meu maior sonho é não ser um cara negativo e velho, mas um que os amigos dos meus filhos digam: ‘Você vai visitar o seu pai? Manda um "oi" por mim! Ele é incrível!' Eu tive um pai perfeito. Quando ele morreu, todos os meus amigos diziam ‘É difícil sentir a sua dor, porque acabei de perder um dos meus melhores amigos'".

O pai dele teria orgulho, porque a história do seu filho tem o poder de mudar vidas. Lukas conclui: “Quero que, ao final, as pessoas se tornem amantes da música. Muitos artistas querem dinheiro e fama. Eu quero contar histórias que façam parte do contexto da sua vida”.