Quando eu era boiadeiro tinha uma vida brilhante Gostava de trabalhar só em negócios volantes Comprava gado e vendia em quantidade bastante Sacava o cobre no banco não precisava endossante Me lembro de uma passagem que achei muito interessante Fui buscar uma boiada lá nos campos de Xavantes Levava quinhentos contos pra despesas dos marchantes Oi lari, lari, larai.
Dia da minha partida eu tive um atenuante De marchar com a comitiva e a minha peonada adiante Era subida e decida só campinas verdejantes Logo eu vi um automóvel que vinha vindo distante Entre a poeira avermelhada vi que o carro era importante Gritei pra minha peonada não quero que o gado espante Encoste o gado depressa e repicasse o berrante Oi lari, lari, larai.
Era uma garota linda vinha vindo no volante Diz que chamava Sabrina me respondeu num instante Vi que era capitalista sua fortuna é bastante Calculei mais de mil contos só em pedras de brilhante Perguntou da onde eu era sou da firma Bandeirantes Todos negócios que eu faço minha firma é quem garante Eu sou o dono da firma não tenho representante Oi lari, lari, larai.
Pensando bem o destino veja como é interessante Fiquemo ali se gostando não se esquecemo um instante Nunca mais vi essa moça mais a saudade é bastante Daquele rosto moreno daquele corpo elegante Um sorriso encantador não esqueço teu semblante O caso é que eu sou casado levo uma vida importante Mais lembro dessa passagem quando repica um berrante Oi lari, lari, larai.
Compositor: Adauto Ezequiel (Carreirinho) ECAD: Obra #40529 Fonograma #1369517