Tem gente por aí eu estou sabendo Que andam desfazendo das coisas que faço Porque sou um homem de pouco tamanho Pensam que me ganham na força do braço Tamanho meu amigo não é documento Eu tenho talento e desembaraço Mostro que sou homem em qualquer terreno Sei que sou pequeno mas não sou pedaço
Um cara que dizia ser amigo meu Um dia prometeu de me passar o laço Convidou uma turma e foram me atacar Querendo trancar o caminho que passo Cada investida que eles me davam Levavam por cima diversos laçassos Fiz os camaradas dormir no sereno Mostrei que sou pequeno mas não sou pedaço
A moça mais bonita lá da redondeza Rainha da beleza filha de um ricaço Ao me ver na rua tão pequeno assim Acenou prá mim de cima do terraço Um dia eu cheguei ela estava sozinha Dizia que era minha e caiu nos meus braços Fiz tudo que pude virei no veneno Mostrei que sou pequeno mas não sou pedaço
Fui num forrozinho lá no nordeste Onde os cabras da peste estavam num regaço Uma paraibana quando me avistou Logo me olhou com olhar de mormaço Fui dançar com ela com muito respeito Assim desse jeito matei no cansaço Sei que no final ela acabou dizendo Você é pequeno mas não é pedaço
Compositores: Arlindo Silva dos Santos (Velho Milongueiro), Flavio Mattes Becker (Flavio Mattes) ECAD: Obra #2374534 Fonograma #1358353