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Um dos músicos de rock mais importantes do nosso tempo, Lenny Kravitz é um ícone ousado, canalizando som que transcede gênero, estilo, raça e classe. Sua música é devastadoramente rica de influências dos anos 60 e 70, soul, rock e funk, e mesmo assim, cada um de seus seis álbuns lançados comunicaram a urgência de suas épocas. Como o álbum lançado em 2000 e certificado 3x platina GREATEST HITS provou, essas canções ressoaram para frente em um catalogo atemporal. Agora Lenny Kravitz lança seu sétimo álbum, BAPTISM, e com uma carreira que já dura quinze anos, desde o lançamento do seu primeiro álbum, LET LOVE RULE em 1989, ele fecha seu ciclo. “É estranho, cara, mas eu fiz meu primeiro álbum de novo,” ele diz. “É isso que parece, tão puro quanto no começo.”
A música de Kravitz é robusta e impulsionada por um núcleo emocional que se materializa em riffs cheios de alma e vocais elevados. Desde o começo, ele tem consistentemente redefinido seu som – nunca pintando o mesmo quadro duas vezes, nunca usando as mesmas cores. “Não é uma coisa consciente, mas não gosto de me repetir,” Kravitz diz. “Quando eu faço uma coisa, eu já fiz e só quero passar pra próxima.”
Essa atitude recompensou Kravitz com um “appeal” musical como nenhum outro. Todos os seus álbuns foram certificados platina ou multi-platina. De 1999 a 2002, ele conquistou quatro Grammy Awards consecutivos, atingindo o recorde de vitórias na categoria “Melhor Performance Vocal de Rock de um Homem” com seu single “Dig In” (antes vencendo por “Again,” “American Woman” e “Fly Away”), e sendo assim um dos músicos mais reconhecidos na história da premiação. Em 2003, ele recebeu sua quinta indicação para o Grammy na categoria por “If I Could Fall In Love”, de seu último álbum, LENNY. O “appeal” de Kravitz também atinge seus colegas de trabalho. Suas colaborações são tão variadas quanto suas influências – já tendo trabalhado com todo mundo desde Madonna, Slash e Jay-Z, a N.E.R.D., P. Diddy e outros. Como todos os bons álbuns, as sementes de BAPTISM vieram de epifanias pessoais. Kravitz passou muitos messes no começo de 2003 em Miami trabalhando em canções para um álbum dedicado ao funk. Mas no outono de 2003, suas direções iniciais se transformaram em inesperadas revelações quando Kravitz visitou sua cidade natal, Nova York. A viagem foi um retorno a épocas de sua vida em que ele era um músico trabalhando no que seria seu inovador primeiro álbum LET LOVE RULE. “No final as coisas mudam na vida, mas eu sentia falta desse sentimento,” Kravitz diz. “Lá estava eu, andando de moto pela cidade e me senti do mesmo jeito que me senti há 15 anos.”
Kravitz encontrou mais do que um conforto nostálgico nessa viagem: ele encontrou um caminho para a simplicidade. “Eu voltei pra Miami, peguei meu violão e comecei a tocar,” ele lembra. “Todas essas canções começaram a sair, duas, quatro, cinco, oito.” Kravitz entrou em seu estúdio em Miami e começou a explorar o que essas canções poderiam se tornar. “Eu percebi que o que eu precisava fazer, tinha que ser feito agora,” ele diz. “Era urgente. Estava fluindo, então deixei o processo criativo me dominar.” O álbum funk podia esperar.
Com BAPTISM, Kravitz nasceu novamente. Ele completa o ciclo de sua carreira, prontro pra fechar uma fase e abraçar a próxima. Com seu rock’n’roll elegante e carregado, riffs descarados e letras sinceras, Kravitz fez um álbum revelador que é um tributo as coisas básicas da vida. Apresentado com a habilidade que ele dominou ao longo de sua carreira, a música de BAPTISM pula pra fora das caixas de som.
Kravitz escreveu e gravou o álbum durante o ano. “Tudo se encaixou,” ele explica. “Eu ia gravar os vocais bobos na música, mas as palavras simplesmente saiam. Era muito aberto”. Todos os instrumentos em BAPTISM foram tocados por Kravitz (a não ser pelas seções de cordas e saxofones): todas as linhas de baixo, todas as batidas da bateria e riffs da guitarra. O multi-instrumentalismo de Kravitz é um dos aspectos mais negligenciados de sua musicalidade e uma energia pulsante em seu álbum.
“Where Are We Runnin’?”, o primeiro single de BAPTISM, é um hino que, verdadeiro ao estilo de Kravitz, pulsa com riffs energizantes e o espírito blues dos grandes músicos. Desde a primeira batida da música até o solo de piano no final, a canção é um extasiante pedaço de rock’n’roll.
Em “Lady”, Kravitz celebra o fogo do amor e paixão. Ele mostra um ritmo “old-school”, elevando o rock blueseiro do sul para a estratosfera com seus pedidos e suplicas carismaticas. “California” é como dirigir na Highway 1, com a capota abaixada, rápido demais. “A canção definitivamente tem um “feeling” da costa oeste,” Kravitz diz. “É uma faixa divertida sobre LA e as experiências que eu tive quando criança.”
“California” ecoa a jornada de Kravitz de Nova York para Los Angeles quando ele tinha 11 anos, facilitada pela mudança de sua mãe (a atriz Roxie Roker) da Broadway para o papel de Helen no seriado de sucesso The Jeffersons. “Foi um choque de cultura. Crescendo em Nova York, você é muito independente. De repente, eu estava nesse lugar em LA e não havia ninguém na rua. Você não pode ir a lugar nenhum a não ser que sua mãe te leve,” Kravitz ri. Mas em Los Angeles foi onde Kravitz encontrou o rock’n’roll – na escola John Adams Junior High em Santa Monica durante o meio dos anos 70. “Em Nova York, eu conhecia RnB e funk e jazz e gospel e blues, que ouvia por causa dos meus pais. Agora estou em LA, andando de skate, ouvindo Zeppelin, Kiss, Aerosmith e Hendrix”.
Enquanto algumas faixas são claramente influenciadas pelo estilo de Kravitz, outras o mostram indo em direções nunca antes exploradas. “Storm” conta com a participação especial de Jay-Z, que Kravitz conheceu tocando no álbum de hip-hop BLUEPRINT 2.0 (na faixa “Guns And Roses”). Kravitz diz, “Eu nunca tive um rapper na minha música antes. Mas eu senti que a canção precisava de um”. Kravitz telefonou para Jay-Z, que aceitou trabalhar na faixa na mesma hora. “Musicalmente, ele é muito privilegiado”, diz Kravitz. “Ele sentou, ouviu a canção algumas vezes, entrou no estúdio e cantou de primeira”.
O sucesso musical de Kravitz o possibilitou ter muitas oportunidades de realizar sua visão criativa. Ele tem seu próprio selo, Roxie Records, nomeado em homenagem a sua falecida mãe, cuja memória o inspira constantemente. Através do selo, distribuido pela Warner Brothers, ele pode descobrir outros talentos. Mas as oportunidades de Kravitz também se extendem além da industria musical. Ele criou uma compania de design, Kravitz Designs, que trabalha em vários projetos de alto-conceito. Atualmente, através de sua compania, Kravitz está planejando um estúdio de gravação na cobertura do hotel do Steai Group em Miami. Kravitz também está progredindo no mundo do cinema. Ele está escrevendo, produzindo e planeja dirigir um filme levemente baseado na história de sua própria vida.
Entretanto, como BAPTISM reforça, a música é o principal para Kravitz. Voltando ao ponto de partida em BAPTISM, Kravitz reconhece a luta que originou seus primeiros álbuns. “Eu acho que passei muito tempo antes de LET LOVE RULE tentando ser o que eu achava que devia ser. Eu usava um nome, Romeo Blue, e tinha uma imagem do que eu achava que era certo. Mas isso faz parte de se descobrir. Você se espelha nessas imagens e tenta ser algo que não é. Eu descobri o que não era, o que foi um bom exercício. LET LOVE RULE foi quando tudo mudou pra mim. De repente, eu tinha um propósito, um som, uma vibração – e veio naturalmente. Era eletrificante. Então voltar a esse ponto, essa pureza, é um momento muito profundo pra mim e eu acho que isso transparece na música”.
Fonte: LennyKravitz.com
Tradução: Equipe Vagalume
Site oficial
www.lennykravitz.com