Dei-me agò vai, que essa é minha vez, sai
Agradeço ao pai, por poder viver do meu "trabai"
Ganhar meu "cascai", ir de ponta a ponta
Faço por amor
Mas também quero uns "s cortado ($) " na conta
Ver favela sorrir, família festejar
A multidão subir, só pra me ver cantar
Pra noiz se divertir, pra noiz comemorar
Som do bom suingue bamba é o que não vai faltar
Lá se foram os dias de lamento e só
Choro e suor, vários sangue sugas ao redor
(vixee) coração vira concreto
10 Anos de labuta pra tentar fazer isso dar certo
Fui independente, mente inconsequente
Ciente que os inocentes morreriam antes do por do sol
Me mantive eloquente, crente que pra ir pra frente
Eu tinha que ser sustenido e não bemol
Entendido, fui atrás do meu, busquei o que é meu
E quem se perdeu, só lamento, eu me encontrei
No caminho que trilhei, vários perreio passei
Mas independente do sufoco, enfim eu vinguei
Tô no jogo, minha vez chego, "xo" colar
Dei-me agó, "sensaki" porque esse e meu lugar

Me da licença que eu quero passar

Dei-me agò, abre alas, da área, deixa eu ir
Chama na canela, rala peito, vai, "sensaki"
Sai da pista, libera o fluxo, "xo"chega
Seja como for sai! por que meu carnaval passar
Dei seta e fui, avisei, só não viu quem não quis
Eu num subo de rabeira, dirijo minha diretriz
Suei, lutei, sorri, chorei, às vezes fraquejei
Errei, cai, corri, cheguei, então comemorei
Um brinde, bota o copo pro alto pra sorri comigo
Ofereço aos meus amigos, cada passo que eu dei
Herdei, dos mestres a pura mandinga
Malicia, malandragem de um ritmista
Poemas de um compositor, versos de um bom rimador
Melodia de um bom velha guarda vanguardista
Revista, tv, "dahora", chama noiz de novo
Mas o que me emociona mesmo é a voz do meu povo
Cantando cada palavra com um só coração
Se se não sabe, esse é o segredo da minha canção
Vocês, essa e pra vocês, essa e por vocês
Graças a vocês, hoje chegou a minha vez
Quem for vim, vem, quem não for haa! chinela
Se não meu bonde te atropela