No espelho da vida vejo imagens distorcidas pelo tempo cruento, que trás em mim a dor do não saber,a dor do não ser... Viajo entre fantasmas de um remoto passado mostrando-me a ângustia do não fazer. Procuro na incerteza, a certeza do caminho a seguir. Busco na distância incomensurável a paz almejada e pelos tortuosos atalhos pego-me distante em escabrosos pensamentos que engendram imagens fantasmagóricas, que amedrontam, machucam... A dor lancinante, aguda, mostra-me ainda viva e num apelo sem sentido bebo da táça o veneno fulminante, e, delirante vôo ao palco de ilusões à procura de amores perfeitos... Estes trazem-me pavores, pois, no chamego sinto o frio da alma a açoitar-me. Disturbios de uma mente ausente na própria maneira de ser, faz-me saudosa da serenidade, da vivacidade que um dia pensei ter. Delituosa em atos encomendados pela fantasia, faço-me espirituosa e no fetiche d´alma, embriagada pela serenidade aparente, chego a conclusão que o poder da ilusão faz-me ainda viva a irradiar alegria por onde passar. Prazer perene é meu lema, em sonho sou imune a tropeços, é um sentimento contagioso, glorioso, soberbo na maneira simples e impulsiva de ser. E esperançoso segue sem destino certeiro, pobre sonho arteiro. Lindo sonho, que em desfiladeiro, sente-se imunizado pela ilusão de saber amar.