(que horas são?) (é madrugada) Recluso nesse turno que outros usam pro descanso Fechado pra balanço, pesando prós e contras Refazendo contas, dívidas e dúvidas E o silêncio em volta soa como música Surge musa súbita respondendo a súplica De perguntas tantas, sem resposta única
Não existe fórmula, a norma é que tudo gira conforme A conduta de quem arrisca não trabalhar de uniforme Dissipa o brainstorm, o relógio marca duas da manhã Ao longe um estalo ecoa na rua Poder de decisão na mão de quem não teve alternativa Mas será necessidade ou ambição
Problemas também tem a sua relatividade Pra uns realidade, pra outros ficção E se a cidade dorme eu sigo na atividade Na verdade eu nem vi que horas são Mas sei que
E a hora é essa, que eu me escuto mais nítido Quando eu dito o ritmo, converso com o íntimo Intimo o meu eu (eu?) , parece confuso É que eu viajo no tempo e cruzo a fronteira do fuso Na tela um seriado (já vi) Me lembra um pedaço do passado que eu vivi Conheço esse momento engraçado (déjà vu) Mas pera que eu já entendi o recado (deixa ali)
Ouvindo g&e blu, old souls A alma trás bagagem dos lugares que passou Nem sempre é souvenir, louco é quando é mais que enfeite Faz efeito no presente, desembrulhe e aceite Play num vídeo de skate, a trilha muda o trajeto Busco num disco velho meu pedaço predileto Fala meu dialeto mesmo em outro idioma A brisa traz uma ideia e a "vida adulta" me toma
Datas de vencimento, multas e prazos de validade Fúteis habilidades pra mero entretenimento (naah...) melhor me manter no meu elemento Fazer da música o ar e meu alimento Aliás, bateu a fome e eu esqueci de jantar
O pão na chapa é o gourmet dessa vez (outra vez) desligo as máquinas querendo ficar Mas eu vou nessa, porque já passa das seis Devagar, me deixa divagar Viajo, mas retorno quando a mente tá cansada de vagar