Júlio Nobre
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Carne Viva

Júlio Nobre


Sinto um monstro ofegando na espreita
Os escuros já não encerram seus rangidos
E um relógio cambaleando de tão bêbado
Prometendo despertar furor nenhum

Esse morto, desvalido e tão pálido
Nos falidos verdes campos do futuro
Enterrado como um sapo costurado
Mau agouro, vai sorrindo atrás de um muro

E então me entrego a contragosto
A minha alma foi ficando no caminho
Vida exposta em carne viva, semimorta
A minha alma derrotada por moinhos

Eu te digo... era morte anunciada
Mas no espelho não reconheci seu rosto
E tão fosco vi a lâmina afiada
Que roubava todo o brilho que eu não tinha

E então me entrego a contragosto
A minha alma foi ficando no caminho
Vida exposta em carne viva, semimorta
A minha alma derrotada por moinhos

Poesia em preto e branco, amargurada
Sete palmos não encerram esse destino
Desatino de um relógio enferrujado
Marca o passo, em ironia, descaminho

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