No Rancho Fundo Bem pra lá do fim do mundo Onde a dor e a saudade Contam coisas da cidade
No Rancho Fundo De olhar triste e profundo Um moreno canta as mágoas Tendo os olhos rasos d'água
Pobre moreno Que de noite no sereno Espera a lua no terreiro Tendo o cigarro por companheiro
Sem um aceno Ele pega na viola E a lua por esmola Vem pro quintal desse moreno
No Rancho Fundo Bem pra lá do fim do mundo Nunca mais houve alegria Nem de noite, nem de dia
Os arvoredos Já não contam mais segredos E a última palmeira Já morreu na cordilheira
Os passarinhos internaram-se nos ninhos De tão triste essa tristeza Enche de trevas a natureza
Tudo por quê? Só por causa do moreno Que era grande, hoje é pequeno Para uma casinha de sapê
Se Deus soubesse Da tristeza lá na Serra Mandaria lá pra cima Todo o amor que há na Terra
Porque o moreno Vive louco de saudade Só por causa do veneno Das mulheres da cidade
Ele que era O cantor da primavera Que até fez do Rancho Fundo O céu melhor que tem no mundo
Se uma flor desabrocha E o sol queimando A montanha vai gelando Lembrando o aroma da morena
Compositores: Ary Evangelista Barroso (Ary Barroso) (ABRAMUS), Lamartine de Azeredo Babo (Lamartine Babo) (UBC)Editores: Editora Aquarela do Brasil Ltda (ABRAMUS), Mangione & Filhos (ABRAMUS)Publicado em 2001 (27/Jun) e lançado em 2001 (01/Jun)ECAD verificado obra #27677611 e fonograma #392340 em 11/Abr/2024 com dados da UBEM