João Prista

Obsessão

João Prista


Ele acordava cedo
Pra trabalhar no chão
Não tinha mais enredo
Na vida de peão
Mas não sentia medo
De morrer na plantação

E só plantava jerimum
E só colhia jerimum
E só vivia, só comia jerimum

Já não havia amigo
Nem mesmo ilusão
Sozinho em seu abrigo
Ninguém lhe dava a mão
Conversava com o umbigo
E enchia o caminhão

E só plantava jerimum
E só colhia jerimum
E só vivia, só comia jerimum

Foi ficando velho e chato
Sempre nessa solidão
Jeito de bicho do mato
E a fama de ermitão
Escondido feito rato
Trabalhando feito o cão

E só plantava jerimum
E só colhia jerimum
E só vivia, só comia jerimum

Conseguiu algum conforto
Vindo dessa obrigação
Quando o encontraram morto
Isso foi uma diversão
Aquele que herdou seu horto
Pôs foi jerimum no seu caixão

E só plantava jerimum
E só colhia jerimum
E só vivia, só comia jerimum

Composição: (joão Prista)

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