Na fazenda que eu nasci vovô era retireiro em criança eu aprendi prender o gado leiteiro um dia de manhãzinha vejam só que desespero tinha um bezerro doente a ordem do fazendeiro mate logo este animal e desinfete o mangueiro se essa doença espalhar poderá contaminar o meu rebanho inteiro
eu notei que o meu avô ficou bastante abatido por ter que sacrificar o animal recém nascido nas lágrimas dos seus olhos eu entendi seu pedido pus o bichinho nos braços levei pra casa escondido com ervas e benzimentos seu caso foi resolvido com carinho eu lhe tratava e o leite que o patrão dava com ele era dividido
quando o fazendeiro soube chamou o meu avozinho disse você foi teimoso não matando o bezerrinho vai deixar minha fazenda amanhã logo cedinho aquilo feriu vovô como uma chaga de espinho mas há sempre alguém no mundo que nos dá algum carinho e sem grande sacrifício vovô arrumou serviço ali no sítio vizinho
em pouco tempo o bezerro já era um boierado bonito, forte, troncudo, mansinho e muito ensinado automóvel do atoleiro ele tirava aos punhados por isso na redondeza ficou bastante afamado até que um dia a noitinha um homem desesperado gritou pedindo socorro seu carro caiu no morro seu filho estava prensado
o carro da ribanceira o boi conseguiu tirar o menino estava vivo seu pai disse a soluçar qualquer que seja a quantia este boi eu vou comprar eu disse ele não tem preço a razão vou lhe explicar a bondade do vovô veio seu filho salvar esse nelore valente é o bezerrinho doente que o senhor mandou matar
Compositores: Francisco Gottardi (Sulino), Antonio Carlos da Silva (Dr. Antonio Carlos) ECAD: Obra #21295 Fonograma #257707