Jari Terres

Aluado

Jari Terres


Domei um baio cebruno
Pra "pecha" um temporal
De caráter duvidoso
Mescla de açúcar com sal
Com vinte e um dias de rédea
Já "escumava" no bocal
Volta e meia ele sacode
Meu paysandu oriental

Parece diabo se inventa
Se "arrastá" meio por farra
Outrora me largou manco
Vendendo tudo minhas garras
Mostra a pimenta dos "zoio"
Enruga o lombo e dispara
E esquece o mundo berrando
Manoteando a própria cara

Por isso chamo aluado
Alma de fraco ou de forte
É tigre fora da jaula
Toreando a vida com a morte
Coiceia a sombra do cusco
Se o relho canta sua sorte
E muda junto com a lua
Nos dias de vento norte

De vez em quando é um cachorro
Do andar das minhas crianças
Larga num trote pro campo
Sereno até na sua estampa
Se assusta com as carqueja
Que com o vento balança
E tenteia a bóia do dia
No cocho da vaca mansa

Quem olha o baio cebruno
Cortando várzea no meio
Pisando o pasto nativo
Com as quatro patas de esteio
Por certo chama a atenção
Meu pingo jogando o freio
Que domei nessa fronteira
Pra ser querência do arreio

Por isso chamo aluado
Alma de fraco ou de forte
É tigre fora da jaula
Toreando a vida com a morte
Coiceia a sombra do cusco
Se o relho canta sua sorte
E muda junto com a lua
Nos dias de vento norte
Compositores: Fernando de Souza Soares (Fernando Soares) (UBC), Jari Lourenzo Terres Junior (Jari Terres) (UBC)Publicado em 2011 (25/Mar) e lançado em 2011 (30/Mar)ECAD verificado obra #5969287 e fonograma #1891566 em 28/Out/2024 com dados da UBEM

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