Minha cúmplice, minha irmã, minha amante que cedo se pôs a ir embora é tão doído pra quem tem que ficar
(E os policiais, embora tivessem provas da sua inocência, queriam te levar presa de qualquer maneira sob a alegação de que você nasceu predestinada ao crime a julgar pelos traços do seu rosto)
Só há uma luz de alcance curto rastejante sob a porta A vontade de dormir pra sempre que eu não jamais chamaria de sono
E eu que ri quando te espiei cantarolando em frente ao espelho a menina mais bonita com quem eu já feri meus ingênuos olhos provincianos
Quanto a mim, há tanto tempo eu ando de bar em bar pra fugir da solidão que me levou a pedir aos céus para nascer de novo mesmo sabendo que tal milagre é impossível
Quem sabe eu consiga recuperar o gosto pela vida? Assim eu espero, assim eu espero
(No presídio perto de casa, as mães chorosas repetiam com extremo fervor: ?Para uma existência que não se justifica, só há conforto nos braços do Senhor?)
Compositor: Letra: Jair Naves; Música: Alexandre Xavier e Jair Naves