Fecho os olhos, tô indo
no antigo caminho que tanto passei
Recordei à fartura, de frutas maduras, de novo fiquei
Sob o limoeiro, perto do chiqueiro, sombreando o chão
Meu passado inteiro enfim
parecendo dizer assim, seja bem-vindo irmão
Eu ouvi alguém dizer: Que saudades de você!
E chorei de emoção
Este alguém está em mim
é algo que não tem fim, minha imaginação
Vi o sol pelas frestas em meio as florestas e os pindaíbas
Sua luz preguiçosa nas águas formosas dos mananciais
Quando naquelas beiras, as aves faceiras no seu revoar
Batem asas por ali, como a dizer pra mim
esse é o nosso lugar
Eu ouvi alguém dizer: Que saudades de você!
E chorei de emoção
Este alguém está em mim, é algo que não tem fim
minha imaginação
Escutei comovido o cantar tão gemido de uma juriti
E o sol escaldante naquele instante da tarde senti
Quantas nuvens no céu, navegando ao léu, no azul infinito
Um desenho então eu vi, se formar só para mim
cada vez mais bonito
Eu ouvi alguém dizer: Que saudades de você!
E chorei de emoção
Este alguém está em mim, é algo que não tem fim
minha imaginação
Eu entrei no paiol quando o olhar do sol
despediu-se do dia
Pus milho no jacá, pra dos porcos tratar com sempre fazia
Galinhada apressada com a hora marcada de ir pro poleiro
Galo forte brigador deixa claro sem temor
quem é o rei do terreiro
A saudade judiou, eu envolto
em minha dor, choro em meu travesseiro