Vivo já fora de mim, desde que morro de amor; porque vivo no senhor, que me escolheu para si; quando o coração lhe dei, com terno amor lhe gravei; que morro porque não morro.
Vivo sem viver em mim, e tão alta vida espero, que morro porque não morro.
Vivo sem viver em mim.
Esta divina prisão, do amor em que eu vivo, fez a Deus ser meu cativo, e livre meu coração; e causa em mim tão paixão ser eu de Deus a prisão que morro porque não morro.
Ai que longa é esta vida! que duros estes desterros! Este cárcere, estes ferros onde a alma metida! Só de esperar a saída me causa dor tão sentida, que morro porque não morro.
Vida, que posso eu dar a meu Deus que vive em mim, se não é perder-me enfim, para melhor o gozar? Morrendo, o posso alcançar, pois nele está meu socorro, que morro porque não morro.
Vivo sem viver em mim e tão alta vida espero que morro porque não morro.
Vivo sem viver em mim.
Compositor: DpPublicado em 2008 (20/Abr) e lançado em 2007 (01/Fev)ECAD verificado obra #2292569 e fonograma #1342901 em 20/Mai/2024 com dados da UBEM