Iky Lourenço

Bordoada

Iky Lourenço


Correndo nas ruas
Pensando naquelas curvas, naquelas puras duras
Invenções da mente, pensando que mente
Quem sente por todos os poros entende
Não fica dormente
A pele que é preta sente, e sente pesado
Quando a mão que oferece
é a mesma que te dá um prato
Envenenado do próprio veneno
Nem vendo que é fardo
De pensar errado
Sentir errado
Medo de ser enganado, (tô farto)

E justo mudando de assunto
Na mesa do banquete nacional
Somos deixados de lado (é claro)
Cuidado isso pode ser fatal
Pois gado bom, é gado degolado
(Gado bom é gado degolado)

Seu zé que me guia, mundo cão que te pisa
me afoitei para cobrar
Bordoada de som pra te desnortear
Pilintra me guia, esse cão não nos pisa
brotamo pra arregaçar
Se ponha no seu lugar rapá

Agora bota o capacete que lá vem porrete
E as horas que virão serão caóticas
Já pensou um mundo de diversas óticas
Pontos cegos de uma mesma lógica
Uma, duas mil mortes por dia
E o pé não sai do acelerador
A espera de um milagre que viria
Tamo morrendo, no corredor
E o genocida do ex- presidente
Que só quer o cadáver da gente
Ele mal sabe sou cria de zacimba
E o meu veneno já tá de cima
Eq isso não vai ficar assim
O certo é o certo e não é só pra mim
Vou falar aqui pra ficar registrado
Aí de quem queira me deixar calado
Recado dado é recado explicado
depois não diga que não tá lembrado
Que tudo que é nosso, será cobrado

Letra enviada por Playlists do Vagalume

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