Eu Vou (Part. Djonga)
Com família não se mexe
Minha mexe tanto que fede
Repudiam dread, preto
arte, gay, trans e beck
Bolsa, pobre, camelô, índio, nós é flex
Não gostam de pessoas, só de branco nerd
"Vamo pro comício, falar em comércio
Oreia, pare com isso, abra um consórcio
Vamos, coma isso
Venha, faça aquilo
O demo é um mito e eu sou o seu sócio"
Ó tio, cê tá me dando medo
Disseminando o ódio
coitado do primo preto
Fake news e zap zap, vicia que nem baque
Cê tá possuído pelo KK-crack
Meus parente são Pt, perda total
Agora tão dançando agarradin' com Satanás
Meus parente são o quê? Mano, na moral
Parem, parem que eu tô passando
vergonha demais
Eu vou trocar é de país
Tentar ser mais feliz, militar eu nunca quis
Eu vou trocar é de parente
Um que não seje doente, que pense mais na gente
Eu vou explodir viatura
Os banco, a prefeitura, é loucura, mas eu vou
Eu vou, eu vou, eu vou
[Ponte: Oreia]
Deus acima de tudo, Deus acima de todos
Deus acima de tudo, Deus acima de todos
Acima de todos mesmo, pisando na cabeça
Esmagando, vai, vai (Aah)
[Verso 2: Hot]
Deus pra mim é Djonga
Não me leve a mal
Militar boçal devia soltar o anel
Vai ser até mais fácil de entrar no céu
Meu precioso, Jesus era anarquista
Num era racista, jogado na pista
Bebia vinho e chupava Madalena
Respeitava as mina e fudia o sistema
Cê tá enganado falando de família
Tá parecendo o Dória, rodeado de puta
Broxa, doido de pedra
Vou te jogar no mosh pra assistir a sua queda
Essa aqui eu fiz incorporado no ancestral
O índio e o negro, espírito imortal
Suba no seu palanque, carregue seu tanque
Tamo fazendo um feitiço pra adiantar seu funeral
[Refrão: Oreia]
Eu vou trocar é de país
Tentar ser mais feliz, militar eu nunca quis
Eu vou trocar é de parente
Um que não seje doente, que pense mais na gente
Eu vou explodir viatura
Os banco, a prefeitura, é loucura, mas eu vou
Eu vou, eu vou, eu vou
2019, Original Ge
Hot, Oreia, Djonga
(Ouçam o recado)
Só fico pensando: Qual que é a graça?
(Qual? Qual?)
Essa é a história de dois caipira foda
Dois cara parça
que te fez vestir a carapuça
Cara, pulsa no sangue deles hip-hop
Cês tão nessa por ibope
por isso acham engraçado
Bora andar, ei
Nasceram de uma planta hidropônica
Da Floresta Amazônica, índio sem cocar
Quem planta a rima irônica
colhe visão biônica
Índigos merecem seu lugar, hm
Rap game é uma brincadeira
Onde só as garotas brincam de Barbie
Talvez por isso
não saibam tratar as minas
Não abrem a porta pra Minas
Pois talento é só um detalhe
Vejo esses cara fazendo há seis ano atrás
O que playboy aprendeu ontem
e fala que é avançado
Fbc, 15 anos de hip-hop
Clara com 15 rimava
acho que cês tá atrasado
Bora andar, ei
Jesus se manifesta disfarçado
Ignoram verdades e aplaudem mentiras
Imagino o Djonga, Jesus de disfarçado
O templo tá uma bagunça
por isso só mostro a ira
Só sei que foi assim, uma noite qualquer
Quando todos dormiam
os irmão roubou comida
Umas galinha e quatro dente de alho
Tira de quem tem dente de ouro
E dá pra quem precisa
Segue a cena
O povo alimentado saiu da caverna
Enxergou a luz e atacaram os poderosos
Que já tavam preparados, porcos nojentos
Deixaram geral vivo
e mataram os dois de exemplo
"Mas morrer por tá certo?
Meu Deus, cadê você?
Eu vou ser personagem de história
sem fim feliz?
O meu maior pecado é num entender
qual que é a do mundo
Coisas do tipo
por que mulher de short é meretriz"
Voz de Deus: "Meus filhos, paciência
Não ligam mais pra mim
se renderam pra ciência
Quando chegar ao céu
vão me pedir clemência
Senta do meu lado
que o trono é só pros real vivência"
É, o som era sobre Bolsonaro
Alguns amam, outros detestam
tipo mastigar cebola
Só que não falo de quem da boca sai merda
E que de tanto falar merda
hoje a merda sai pela bolsa
Compositores: Gustavo Rafael Aguiar, Mario Apocalypse do Nascimento, Gustavo Pereira Marques (Djonga)
ECAD: Obra #38951568 Fonograma #21842911