Respostas que no passado não pude ver Que cor eram seus olhos ao nascer? Meus olhos se fecham como um buraco negro Enxergam nesse gosto o cheiro das emoções
O gosto daquele roxo era azedo Como meu medo, meu desespero As cores daquele som eram gritantes Felizes, agitadas, como que infantes
Mas não importa o som que se vê O sabor em você, ou os dias em vão
Que a rosa é vermelha Vermelho, amor de sangue Sangue que vem do pálido, pardo, perdido e parado anzol
Anzol para pecar um pescado capital De escamas que deslizam, derrotam, difamam, mas deixam dançar
Eu danço num quadro e não sei quem o pintou Se Jean Jacques Rousseau, ou o próprio Pierrot O homem é livre o quão mais for escravo Perde seu principado e guarda mais rancor
O príncipe usa suas asas para remar E canta ao mundo o quanto é preciso navegar Os pássaros nadam entre as nuvens salgadas Ouvindo o som das flores num coral de papel
E não impota o som que eu ganhei O sabor que eu te dei, ou as noites sem lar
Que a rosa é vermelha Vermelho, amor de sangue Sangue que vem do pálido, pardo, perdido e parado anzol
Anzol para pecar um pescado capital De escamas que deslizam, derrotam, difamam, mas deixam dançar