Um pouco de poesia para celebrar a vida! Um pouco de poesia para as pessoas queridas
1. Não basta que seja pura a nossa causa Não basta que seja justa a nossa causa É preciso que se desamarrem todos os nós Para que a pureza exista dentro de nós A luta se refere aqueles que vieram e ficaram Aqueles que conosco se aliaram Muitos traziam inverdades e manhas Sobras no olhar e intenções estranhas Para alguns deles a razão da luta Era só ódio e ânsia absoluta Para outros era apenas uma bolsa vazia E queriam enchê-la com sujidade todos os dias Vós tendes ouvido muita música ilusória Agora é hora de ouvirem do contador de estórias Hoje não se debatem conteúdos, mas rótulos E o meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos
Sampling Keita Mayanda: Microfone político o abraço revolucionário está de volta Kool Klever Isto é pelos filhos dos nossos filhos e pelos filhos deles Negro Bué: Eu vou morrer no Rap
2. Outros vieram e com eles um novo significado Lutar para nós é ver o que o povo quer ver realizado É ter a terra onde nascemos como nossa Livres para trabalhar com as nossas próprias forças Lutar para nós é uma ponte que separa o povo Entre a descrença e a certeza do mundo novo Na mesma barca nos encontramos nós Todos concordam - vamos lutar hoje Mas calma aí. Vamos lutar para quê? Alguém responde! Vamos lutar para quê? Para dar vazão ao ódio antigo que ainda não deixamos? Ou para ganharmos a liberdade e ter para nós o que criamos? Não vamos confundir os mais novos A juventude é a força de todo um povo A luta do meu povo me tortura e me sufoca Não há democracia quando o povo vive com adesivos na boca
Sampling Keita Mayanda: Microfone político o abraço revolucionário está de volta Kool Klever Isto é pelos filhos dos nossos filhos e pelos filhos deles Negro Bué: Eu vou morrer no Rap
3. Não serei plateia desta sociedade doentia Serei autor da história de todos os meus dias Quem há-de ser o timoneiro nos dias de hoje? Na mesma barca nos encontramos nós Ah! As tramas que eles teceram sobre o povo! Ah! As lutas que aí travamos pelo povo! Mantivemo-nos firmes como a erosão No povo buscáramos a força e a razão Não há paz sem justiça e só ela se socializa A revolução não se burocratiza O povo tomou a direcção da barca da vida Mas a lição lá está, foi aprendida Não basta que seja pura a nossa causa Não basta que seja justa a nossa causa É preciso que se desamarrem todos os nós Para que a justiça exista dentro de nós
Sampling Keita Mayanda: Microfone político o abraço revolucionário está de volta Kool Klever Isto é pelos filhos dos nossos filhos e pelos filhos deles Negro Bué: Eu vou morrer no Rap