No rancho fundo Bem pra lá do fim do mundo Onde a dor e a saudade Contam coisas da cidade
No rancho fundo De olhar triste e profundo Um moreno canta as mágoas Tendo os olhos rasos d'água
Pobre moreno Que de noite no sereno Espera a lua no terreiro Tendo um cigarro Por companheiro
Sem um aceno Ele pega na viola E a lua por esmola Vem pro quintal Desse moreno
No rancho fundo Bem pra lá do fim do mundo Nunca mais houve alegria Nem de noite nem de dia
Os arvoredos Já não contam Mais segredos E a última palmeira Já morreu na cordilheira
Os passarinhos Internaram-se nos ninhos De tão triste esta tristeza Enche de trevas a natureza
Tudo por que Só por causa do moreno Que era grande hoje é pequeno Pra uma casa de sapê
Se Deus soubesse Da tristeza lá na serra Mandaria lá pra cima Todo o amor que há na terra
Porque o moreno Vive louco de saudade Só por causa do veneno Das mulheres da cidade
Ele que era O cantor da primavera E que fez do rancho fundo O céu melhor Que tem no mundo
Se uma flor desabrocha E o sol queima A montanha vai gelando Lembra o cheiro Da morena
Compositores: Ary Evangelista Barroso (Ary Barroso) (ABRAMUS), Lamartine de Azeredo Babo (Lamartine Babo) (UBC)Editores: Editora Aquarela do Brasil Ltda (ABRAMUS), Mangione & Filhos (ABRAMUS)ECAD verificado obra #27677611 em 09/Abr/2024 com dados da UBEM