Estava dando uns bordejos pelaí Quando derepente a figura apareceu E dentre tantos me escolheu Mas o barulho da cidade está tão grande que eu não pude nem ouvir quando o pinta me rendeu Não se move aí, Ô meu Mas que pinóia, eu, o rei da paranóia que não largo a minha bóia mesmo quando estou a pé Como é que eu dou esse azarão Eu faço parte desse medo coletivo já não sai nem se confio na polícia ou no ladrão (A barra não tá mole não, ladrão já tem que andar Com plaqueta de identificação a dita anda dura mesmo com a abertura) O cara disse: Fica quieto Vai tirando toda a roupa De conforme o que está no meu direito E eu só via defeito A que eu vestia estava todo emburacada remendada, esfarrapada, bem puída no maltrato Vou tentar fazer um trato Pensei depressa aonde estava aquela quina que sobrou do meu trocado que hoje chamam de salário Trabalhador tu é otário E foi aí que eu notei que o pivete Tremia muito mais que eu tava, pela bola sete Olhei melhor pro salafrário Notei que a arma que o fulano segurava era meio que chegada a um cheiro de sabão Na rapidez meti a mão O trinta e oito se partiu em mil pedaços E o coitado do palhaço ficou meio em ação Aproveitei a confusão Mandei que ele desvestisse a roupinha Tá mais limpa que a minha inclusive a santinha Não esquece a sunguinha, heim Ô Ele chorava de bobeira me mostrando a carteira que continha a exploração de seu patrão Me livra dessa meu irmão que eu não tive opção A galinha comeu pipoca em cima da minha solução Tá caro tudo no meu lado já não sei o que é feijão mas acontece meu amigo que eu também tô a nenem A concorrência oficial não tá deixando p'rá ninguém
Compositor: Luiz Gonzaga do Nascimento Junior (Gonzaguinha) ECAD: Obra #39157 Fonograma #979888