Eu tava em Gaspar, tomando uma gelada num bar. E ali sentada àquela gata que a cidade toda quer beijar Não sei o que é que me deu, só sei que de hoje não vai passar.
Garçom uma e mais uma, outra cerveja pra coragem eu criar. Mas que fissura, que desespero, pra essa gata o que é que eu vou falar. Meio tonto, barrigudo, feio e pobre o que é que eu vou inventar.
Posso falar palavras doces e poesias pra ela se apaixonar Posso chegar chutando a mesa, o sem vergonha pra um motel vou te levar. Chega de papo é agora, fui pra ela e comecei debulhar.
Eu quero um beijo, só um beijo, me dá um beijo se não eu vou gritar. Eu quero um beijo, só um beijo, me dá um beijo se não eu vou gritar. Vou gritar bem auto, me fazer de louco, vou te envergonhar.
Ela me deu um beijo, mas achou uma puta sacanagem. Era pedir bonitinho não precisava toda essa chantagem Rimos a noite toda, meu Deus foi a maior viagem. O bar tava lotado e percebi que eu tava arrebentando Era tapinha nas costas, parabéns, tu és o cara, és malandro. Eu ali com aquela musa e a cidade toda me olhando Mas de repente, não sei de onde começou um barulho muito chato. Olhei pro lado, que desespero, o despertador marcava quinze para as quatro...