Pela poeira que se sacudiu No assovio da mata Juro meu amor Que a saudade não passa De uma florada em seu tempo O que é da terra não perde O que é do peito, quem sabe A nossa pele consome E vai com a tarde ao descanso Se derramando nos beirais Vai se deitando Vai decifrando os portais Cumprindo o gozo do chão Vão-se os reis, vão-se os anéis Os coronéis e os medalhões Os aviões e os barcos NO próprio arco da estrada Vão preparando a virada E a saudade não passa De um temporal de verão Pela poeira que se sacudiu No Assovio do tempo Juro meu amor Que a saudade não dança Mais do que a folha no vento O que é da alma não cansa O que é da carne, quem sabe A nossa pele acostuma E vai coma noite à calada Dentro do bem e do caos Vai decorando Vai aprendendo afinal Com o destino do grão Vai o leão e vai corcel Vai o fiel e vai o ladrão As armaduras e espadas Dentro da própria batalha Vai nosso fio da navalha E a saudade não passa Dos giros de um peão
Vai a galé e seu capitão O casarão e o cabaré Xamã, Page e argonaltas Vai quem se prende a muralhas Vão-se as nossas sandálias E a saudade não fala Mais que o gemido de andar em vão