Vivia no litoral africano Um régia tribo ordeira Cujo rei era símbolo De uma terra laboriosa e hospitaleira. Um dia, essa tranqüilidade sucumbiu Quando os portugueses invadiram, Capturando homens Para fazê-los escravos no Brasil. Na viagem agonizante, Houve gritos alucinantes, Lamentos de dor Ô-ô-ô-ô, adeus, Baobá, Ô-ô-ô-ô-ô, adeus, meu Bengo, eu já vou. Ao longe Ninas jamais ouvia, Quando o rei, mais confiante, Jurou a sua gente que um dia os libertaria. Chegando ao Rio de Janeiro, No mercado de escravos Um rico fidalgo os comprou, Para Vila Rica os levou. A idéia do rei foi genial, Esconder o pó do ouro entre os cabelos, Assim fez seu pessoal. Todas as noites quando das minas regressavam Iam à igreja e suas cabeças lavavam, Era o ouro depositado na pia E guardado em outro ligar de garantia Até completar a importância Para comprar suas alforrias. Foram libertos cada um por sua vez E assim foi que o rei, Sob o sol da liberdade, trabalhou E um pouco de terra ele comprou, Descobrindo ouro enriqueceu. Escolheu o nome de Francisco, Ao catolicismo se converteu, No ponto mais alto da cidade Chico-Rei Com seu espírito de luz Mandou construir uma igreja E a denominou Santa Efigênia do Alto da Cruz!