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Atrás Das Grades

Facção Central


-Ei mano, não é por aí, qualquer cadeia é foda
-Que nada ladrão, febém pra mim é cadeia chocolate
-Ih mano, num é por aí
-Coisa de molecada, pivetada
-Ih mano cê tá brasando ideia, morô
-Explico, qualquer um tira de letra
-Ixi, cê tá vendo coisa, comédia
-Presídio, detenção, isso é uma questão de trocar uma ideia
-Ih, mano cê tá vendo coisa, morô
-Ah!...

Você pensando que está por dentro de tudo que é errado
Mais um esperto na quebrada, um mano inteirado
Conhecimento aprofundado igual a você já tem vários
Comédia brava, pertence a classe de otários
Revólver sempre entupido, criminoso da moda
Assalto ou realiza, veja só que idiota
Merecedor com certeza do prêmio otário do ano
E a cada tapa que toma na cara, mas vai se empolgando
Se julga o dono da razão, rei da malandragem
Conhece tudo de cadeia e nunca teve passagem
Abraçador de boatos, só vê cadeia em TV
Um mano esperto o caralho, tem muito o que aprender
Se liga como é a vida lá dentro, quem sabe te agrada
Otário aqui num tem boi, a casa cai de verdade
Desde pivete é difícil, não existe nada a favor
Atropelado noite e dia, por um inspetor
Ficar de testa no muro, o chamado refresco
Ou sentado no pátio, com a cabeça entre os joelhos
Seu proceder e atitude marcas registradas
E a cada brecha cometida se abre uma ala
O tratamento pra comédia não é novidade
Rodam a banca, dividem o rango, e pra você é chocolate
Café pequeno nas cadeias é chamada a febém
Degradação de menores. que porra, e estão dentro da lei
E a formação de bandidos, será que é o objetivo
Ou fazem saco de pancadas, pra inspetores fudidos
Reintegração de menores seria a finalidade
Só que aqui a lei não existe
(Por que mano)Estamos atrás das grades

Refrão
A vida é foda atrás das grades
A vida é foda atrás das grades
A vida é foda atrás das grades
A vida é foda atrás das grades
Não existe a liberdade

A vida é foda atrás das grades
A vida é foda atrás das grades
A vida é foda atrás das grades
A vida é foda atrás das grades
Vale muito a liberdade

-É mano aqui é foda
-É embaçado, mó veneno
-A gente tá esquecido aqui, morô

Antiguidade é posto, quem manda chegou primeiro
Aqui moeda vale pouco, cigarro é o dinheiro
Aperitivo das grandes cadeias, a pequena amostra
O esquema é simplesmente igual, a mesma bosta
Círculos de maldades, cagoetagem, vários inimigos
E a cada bronca se aglomeram várias broncas muitos artigos
Na pendura o mano se segura pra não dar mancada
Se cagueta outro mano deu a mais grave entrada
Delegados, investigadores, choques e ferradas
Uma pergunta foi feita e uma resposta deverá ser dada
Você de fora mal sabia que isso acontecia
Minha pergunta e numa dessas você se garantia
Aqui quem manda no X é o mais velho de casa
Mano esperto é aquele que acata a regra que foi ditada
Seu alvará de soltura só chega o ano que vem
Tinha que ficar um mês, ficou um ano e tá tudo bem
É hora de dormir e outra regra se estabelece
Você espera sua vez e quando chega dorme de valete
A tal da jega privilégio de poucas pessoas
E no veneno espaço no chão se torna mais que uma boa
O seu contato com a rua depende de dinheiro
Informações, cigarro, tanto mais caro é com o carcereiro
O rango do governador é uma questão de sequência
Mandeco assim chamado, várias pedras, várias sujeiras
E tanto faz quem chega o tratamento é o mesmo
No DP é assim, não há culpado ou suspeito
Se apenas é um distrito aperitivo da maldade
Tire sua base, a vida é foda atrás das grades

Refrão

-Dá brecha aqui sobe mesmo, ladrão
-A gente pede melhoria, mas
-Os cara quer mais é que a gente se foda

Quanto vale a liberdade depois de uns anos
Encarteirado no veneno e ninguém se incomodando
Advogados contratados, altos salários
Videocassete, revólver, qualquer bagulho é válido
Os portas de cadeia sugam o quanto é possível
Arrancam tudo o que podem, se aproveitam do oportunismo
Tem audiência no fórum, começa a expectativa
A casa cai outra vez, o advogado nem fez correria
Vários muros, várias grades, você de volta
Não adianta revolta, fogo no colchão agora não cola
Na sua visita a sua mulher ou coisa parecida
Um sexo a milhão mal viu a cara da mina
Chegou o seu jumbo e o cigarro aberto
O bolo furado, nem um farelo sobrou depois que foi revistado
Rebeliões, reinvindicações, são constantes aqui
E um banho de sol já é motivo pra casa cair
Um batalhão de choque às vezes faz sua visita
Metralhadoras, cacetetes, e adivinha?
O governo bate palma, que reintegração?
Querem mais que se fodam, acham bom pra ladrão
Não passam de filhos da puta, um bando de loques
Que se pudessem fariam todo dia um pavilhão 9
A detenção a magistrada porém não a única
Iguais a ela no Brasil inteiro existem várias sem dúvidas
Colônias penais, reformatórios, distritos fodidos
Ser preso aqui é foda, espero que tenha aprendido
Que pra comédia ou até pro rei da malandragem
Não existe boi, a vida é foda atrás das grades

Refrão

-É ladrão aqui comédia roda a banca
-Ah, o negócio é meter os canos mesmo, morô mano?
-Aí mano, cadeia não regenera ninguém, nunca regenerou.

Compositores: Carlos Eduardo Taddeo (Eduardo), Washington Roberto Santana (Dumdum), Erick Cohen (Erick 12)
ECAD: Obra #515176 Fonograma #51068997

Letra enviada por felipe

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