Bom dia né gente? (Ou saudade em modo maior)
Oh! Oi, bom dia, amore
E aí, campeão, quando você volta?
Num é pra ficar ouvindo meu áudio alto
Pra me fazer vergonha não, viu, miserávi
Ai, então, põe umas coisa agora
Pra fortalecer a terra, Leandro
É, ô, Leandro, deixa eu te falar uma coisa
Deixa as daninhas lá por enquanto
Porque, com esse calor, a daninha protege a terra
Aproveita que o sol saiu
A gente num é gente de frio
A gente é gente de lugar tropical
Quando sai fora, fica o ambiente muito gelado
Eu geralmentе assim, quando eu chego num lugar
Que tеm sol, basta eu ficar no sol, melhora
O que achas? É bom pra alegrar
Eu ouço, tem pessoas que dizem aí, pra mim assim
"Ah, mas o Emicida escreve pra senhora, né? "
É, mas não é por isso, não
Alô, alô, lagarta da bunda verde
Como é que vão as coisas por aí?
Tô quase terminando aqui, hein?
Quer dizer, tô embrulhando os trem
Eu preciso escrever e eu falei
"Não vou escrever mais, vou desistir"
Mas eu não posso desistir
Eu tenho uma cobrança comigo
Aquilo é ficção? Não é ficção
É, e eu não consigo entender
Por que que é que as pessoas não conseguem
Entender o que eu digo
É uma necessidade minha de escrever isto
Do jeito que eu quero
Eu vou sair daqui do mercado
Vou levar as coisa aí pra você carregar pra mim
Que eu não carregar peso não, tá bom?
É muito difícil escrever coisa ruim, viu?
Já tive até pesadelo essa noite
"Tira o lápis dela, tira o caderno dela
Bota ela pra trabalhar de empregada doméstica
Dona Maria, ela não sabe de nada"
Porque eu nunca ia ficar a vida toda naquela situação
Cabei com essa porra
Agora eu tô aqui num solão quente
Debaixo das coberta
E teve todo um reverso da medalha
Ô, véi, traz aquelas canetinha pra sua mãe
Que você falou que tem
Eu vou caprichar no sonho aqui
Pra suco, tem maracujá, abacaxi, comprei hortelã, ai
Vamos fazer um arroz, né
De comer, tô fazendo uma salada
Comprei uma cabeça de alface
E vou fazer um mexido aqui também
Pra gente que não come carne
Queres uma bandeja de manjuba?
Eu pagava com o pão, até um almoço, se pá
Tô assando umas batatas aqui no alecrim
Que o macumbeiro aí me ensinou, batatinha pequena, inteira
Camarão com abóbora também e a manjuba
Comprei milho pra tomar café amanhã de manhã
Eu vou em casa, eu vou fazer o pãozinho lá
Aproveitar esse sol aí
Feliz da vida numa poça de amora com cachaça
Escuta, e tem que comprar alguma coisa de especial
Pra esse seu povo vegetariano?
Nós vai comer carne escondido?
Eu tenho uma costela de carneiro e meia dúzia de batata
Eu não quero encontrar um monte de gente
Tudo que tá por aí, eu não gosto, não gosto de shopping
Oxi, que cantilena é essa?
Também sonhei com a Marina e com você, rapaz
Agora, daqui a gente só pode ir pra frente
E vocês cresceram
Boa viagem, uh!
Beijo, te amo também
Se pá, eu quero internar depois da janta, sabe?
Fazer um lanchinho
E internar, pra não correr o risco
De comer a comida de hospital que eu não gosto
Eu colhi sangue e tudo, viu?
Eu já operei, cheguei do centro cirúrgico agora, viu?
Tá tudo bem
Tava na minha roça, aí agora também cabei de murçar
Rapaz, e que umbrais são esses que vocês têm andado?
Acho que nós tamo em dois mundo diferente
Porque aqui tá um sol danado
Você disse que já tá quase de noite, onde cê tá?
Agora vou fazer nada não
Esse meu encontro com a ancestralidade
Tu, cadê?
Vou pro meu grupo de oração
Anestesia, né? Eu ainda tô meio cochilando, ainda
Eu sou a medusa
Eu sou a medusa verdadeira
Eu sou a medusa, a mais bonita
Medusa verdadeira é o seu pai
Oi, Teresa, tudo bem? Te amo
Eu amo você também
E de novo eu mando outro beijo gigante, ó
Ó, eu também acho que eu vou ficar bem logo
Tá bom
Desembucha, sujeito
Que é a passagem espiritual
Hoje deu certo o sonho, já tô em casa
Vai ter que ficar pra outra vez
Câmbio, desligo
Brigado, vó Jacila
Imagina, de nada, linda
Compositor: Amaro Freitas / Dona Jacira