Na melancolia da grande cidade O que ameniza o meu dissabor É a doce lembrança da simplicidade Dos meus conterrâneos aos quais tenho amor
E hoje sentindo o peso da idade Trazendo no peito um mundo de dor Vou perambulando pro sul ou pro norte Quem sabe chegando à casa da morte Mas peço que antes mereça a sorte De ainda rever o meu interior
As moças usavam cabelos de tranças Que hoje em dia não vejo iguais Os casais de velhos de falas tão mansas Das festas de Reis de Minas Gerais
Congadas, catiras, trucadas e danças Na brisa cheirosa dos buritizais O mundo de hoje está se transformando As coisas tão lindas que estou recordando Da noite pro dia estão se acabando Daqui alguns anos não existem mais
Eu fui a criança sem vocabulário Que acreditava em Papai Noel A deusa que cuida do itinerário Jogou-me na torre da grande babel
E hoje escrevendo da vida um diário Cantando eu sofro tristeza cruel Não nego que sou estimado onde moro Mas um belo sonho a Deus eu imploro Andar abraçado com quem eu adoro Nos campos amados de Coromandel
Compositores: Waldemar de Freitas Assuncao, Gerson Coutinho da Silva (Goia) ECAD: Obra #56668 Fonograma #49316