Do lado de lá não adianta gritar Esforço é inútil não vão te escutar De dentro dos muros eu observo o que acontece neste mundo sujo e paralelo não sei da onde veio, nem como surgiu Maldade desonestidade, Puta que pariu Universo do Lúcifer cobra coral Mundo do crime legião do mal Eu quero me livrar, eu quero sair Eu quero esquecer de tudo por aqui Por que A lei não faz, a lei não faz, são dois caras e quatro facas, uma rua de número 10 do Carandiru, lugar abominável, horrível, lugar temeroso Vidas humanas tiradas igual a de um porco E o sangue escorre junto aos esgotos Santa Madalena no pé do altar Ilumina o meu redor quando eu precisar Eu tenho a minha missa de corpo presente E lavo o meu corpo com água ardente não vai me purificar e nem lava a minha alma mas vai evitar que minha cabeça role pela escada fim de semana, dia de visita muito sorriso no rosto, muito homicida Uns vê as esposa, outro vê os filhos Um rosto familiar sempre é bom neste lugar maldito Mas é bom se ligar... Se der o milho na visita, é lamentável a fatalidade Segunda feira é sem lei vão beber seu sangue na maior maldade
O clima pesa o tempo fecha Lugar não se encontra para escapar Desta selva de pedra Rebelião, acertos de conta batida do choque eu vou, passando pelo vale da vida e pela sombra da morte Eu sou só mais um envolvido até a alma Leão de ferro nesta porra petrificada no meu rosto ninguém nunca bateu porque Graças a Deus A minha honra eu guardo com a minha vida A minha cadeia é oito, mas ela se multiplica Eu tenho meu veneno para destilar e ele pode ser mortal se precisar um mano sangue bom tava indo embora de vencida, mas fez a cena nem um pá Agora ele tem um 121 para sumariar Cada lugar um lugar, cada lugar uma lei Besteira, a própria lei é você quem faz, para sobreviver no mundo do Satanás Um sorriso na cara o odor da morte no corpo 24, 48, um pior que o outro Eu tenho que tar mais ligeiro, eu tenho que me livrar Tem uma pá de pé de breque lá pra atrasar Será que este ano eu saio de condicional Será que em casa vou passar o Natal Os direitos humanos pra nós é cruel Para as autoridades somos só papel Com tantos espelhos vocês não enxergam Cidade pombal por você espera Siga a minha sombra seja a minha imagem Logo você será só mais um triagem Zona leste, oeste, norte ou sul Cohab Carandiru você será só mais um Vestido de mulher se não tiver atitude Ladrão que é ladrão não nunca se ilude O sistema abala mas ele não me intimida Camaradas é uma coisa inimigos eu não perco de vista Eu sou um cara pacífico se é que você me entende Ao mesmo tempo sou estimulado e radiado pela maldade da mente Se pra você ta legal eu tou muito louco dessa vida Seu currículo criminoso eu rasgo e mijo em cima Um moleque primário era humildão E foi estuprado no oitavo pavilhão Não teve atitude,não, não mostrou instinto E foi morar no pavilhão quinto Chegou o grande dia estou indo embora, fulano riu primeiro Primeiro ele chora Eu mando esse salvo pros seus camaradas Logo ele vai embora em um caixão de lata Eu não acredito, ele não é o cão Ele está lá na rua E eu estou na Detenção Terça feira, seis horas, fulano, carta, agora você vai embora em um caixão de lata Eu matei a sua mãe, sua mulher e seus filhos Com seu pai e seu irmão é o oitavo homicídio A notícia foi foda, não agüento a pressão Estuprador de cadeia morreu na detenção Do lado de lá não adianta gritar, o esforço é inútil, não vão te escutar Eu estou na minha, andando no campo sigilosamente eu estou pensando se jogo a tia em uma das muralhas, mas a minha cabeça os guardas estraçalham Deixa isso para lá, eu não vou dar motivo Lá da muralha eles não erram um tiro Às vezes eu quero aprender voar para escapar deste lugar No mundo cadeia la se vegeta, abala sua mente como atmosfera Almas desviadas, perdidas, penadas... No seu universo o lúcifer da risada Diz o mandamento: Amem uns aos outros, Mas ate pela sombra você pode ser morto Novela real, que a globo não mostra A loção francesa que lá fede a bosta Pilantra safado estuprado dá o rabo E o código do crime lá dentro é embaçado Nosso lema é um só ele não se converte Pregamos a verdade o crime no "Rap" Sinfonia é satânica chega mais perto Detentos do Rap...
O Som do Inferno.
Compositor: Ronaldo Constantino da Silva (Rony) ECAD: Obra #1468494 Fonograma #499358