Mulher, Patrão E Cachaça
Num barracão da favela do Vergueiro
Onde se guarda instrumento
Ali, nóis morava em três.
Eu, Violão da Silveira, seu criado,
Ela, Cuíca de Souza,
E o Cavaquinho de Oliveira Penteado
Quando o cavaco centrava e a cuíca soluçava
Eu entrava de baixaria
E a ximangada samba, bebia, sacolejava
Dia e noite, noite e dia.
No barracão quando a gente batucava
Essa Cuíca marvada
Chorava como ela só
Pois ela gostava demais do meu hit
E bem baixinho gemia
Gemia assim, como quem tem algum dodói
Tudo aquilo era pra mim, gemia e me olhava assim
Como quem diz: Alô, my boy
E eu como bom Violão carregava no bordão
Caprichava o sol maior
Mas um dia, patrão, que horror
Foi o rádio que anunciou com o fundo musical
Dona Cuíca de Souza
Com Cavaco de Oliveira Penteado se casou
Me deu uma coisa na claquete
Eu ia pegá o Cavaco e o Pandeiro me falou:
Não seja bobo não se escracha
Mulher, patrão e cachaça
Em qualquer canto se acha.
Não seja bobo não se escracha
Mulher, patrão e cachaça
Em qualquer esquina se acha
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ocnjr
Compositores: Joao Rubinato (Adoniran Barbosa), Maria de Lourdes Ramos Ferri Moles
ECAD: Obra #65779 Fonograma #2068156Ouça estações relacionadas a Demônios da Garoa no Vagalume.FM