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É para lá de vitoriosa a carreira de José Daniel Camillo, o Daniel (09/09/68), natural de Brotas (SP), signo de virgem, solteiro, sem filhos. Cantando para alegrar o irmão mais velho, Gilmar, que desde os três meses sofria de paralisia cerebral, o garoto aprendeu aos cinco anos a tirar som do violão.
Seu primeiro violão ele ganharia aos oito anos, presente do pai, para que no dia seguinte iniciasse as aulas. Aprendeu o básico e dispensou o professor aos nove anos. Passou a se apresentar em circos, praças e festivais, nos quais tinha como grande rival seu futuro companheiro de dupla, o inseparável João Paulo (a partir de 1980, a segunda voz da dupla).
Como novatos, não tinham espaço. Como uma dupla formada por um branco e um negro, sentiram na pele o preconceito. Políticos apreciavam as músicas da dupla no rádio e decidiam contratar os rapazes para shows mas, quase que invariavelmente, tudo era cancelado quando o candidato a alguma coisa via os dois pessoalmente.
Mas não desistiram. Pelo contrário. Recorreram ao pai de Daniel, pedindo ajuda para gravar seu primeiro disco. Além disso, outro empurrão veio de Paraíso (que faz dupla com Mococa), que levou os meninos à Continental East West, gravadora com a qual assinaram contrato e lançaram todos os seus trabalhos (incluindo a carreira solo de Daniel).
Daí para frente, foram oito discos de enorme sucesso, mais um CD ao vivo, vários discos de ouro, platina, etc. No oitavo disco, a marca de um milhão de cópias foi batida.
Mas todo esse suor, sofrimento e glória parecia ter alcançado o ponto final quando, em setembro de 1997, em um acidente de carro, morreu João Paulo. Daniel foi mais forte, e, por amor à profissão e à música, decidiu continuar, dando início a uma nova etapa em sua carreira: virou cantor solo.
Tendo influência da MPB em geral, de música sertaneja e, especificamente, de Cezar e Paulinho, Jessé e Roberto Carlos, o cantor define seu estilo como romântico. Não nega a veia sertaneja, mas acha que encaixa-se melhor na música popular brasileira em geral.
Mas inovar é preciso, e um sonho acalentado há muito tempo, desde a época de João Paulo, enfim é realizado: redescobrir clássicos da música sertaneja, modas de viola esquecidas da geração mais nova e dando uma nova roupagem, presentear o público com a sua beleza. Na falta do companheiro, Meu Reino Encantado é lançado utilizando grandes nomes da música sertaneja, como Chitãozinho e Xororó, Cezar e Paulinho, Milionário e José Rico, e tantos outros. Fazendo dupla com Daniel, há novamente a participação mais do que especial do pai do cantor e, também, do irmão de João Paulo, Francisco.
O álbum mais importante da carreira, ele não tem dúvidas, foi o quinto, porque lhe concedeu a honra do primeiro disco de ouro e de platina. Quanto às suas músicas preferidas, ele escolhe aquelas que mais lhe deram notoriedade e que o transformaram no símbolo que é hoje: "Estou Apaixonado" e "Te Amo Cada Vez Mais".
Agora, Daniel planeja seu futuro. Mas o que mais pode ele querer, se já tem fama e dinheiro? Felicidade. O cantor quer ajudar muita gente, como já faz quando visita a LBV (Legião da Boa Vontade) para dar carinho a menores, deficientes físicos e mentais. Mantendo a humildade que carrega desde o berço, Daniel dedica quatro horas após cada show somente para a distribuição de autógrafos. Um exercício que já o colocou no “Guiness” quando topou uma maratona e concedeu 4.571 em um dia só. Além de ajudar o mundo, Daniel quer casar, ter filhos, formar família.
(Texto: Daniel Benjamin Barenbein)
Fonte: site Warner Music Brasil