Recebi uma carta quando ela eu abri Vi que veio de longe, de Araguarí Um convite de festa que era pra nós ir Eu e o meu parceiro era pra seguir Pra cantar um desafio e se aprevenir Que vinha os violeiros bem longe dali Ligeiro nos versos que nem lambari Nóis saímos bem cedo pr' aquelas campanha Cortamos ataio por trás das montanhas E lá me disseram vocês não estranha Notícia daqui que vocês dois apanha Pois o tal desafio tinha fama tamanha Os homens chegaram contando façanha Diz que é mais de cem desafio que eles ganha
Afamado e valente estava esparramado De espora e bombacha e um peito empolado Falando tão grosso tão entusiasmado Chicote no braço e um trinta de lado Me pediu que eu contasse um verso dobrado Bati a viola bem arrepicado Saudei os festeiro e todos convidado Pois tiraram viola de um saco de meia As mocinhas falaram que viola mais feia Entraram berrando que nem uma sereira Umas moda gritada que doía as oreia Pois pensou que com berro nóis já desnorteia Falaram burrada uma hora e meia Cantava dançando igual porca na peia Eles aproveitaram da nossa fraqueza Entraram atacando fazendo proeza Ganha o desafio eles tinha certeza Pisquei pro parceiro vai ser uma surpresa Conversa e garganta não paga despesa Se ele nos verso não tiver destreza A alegria dos homem acaba em tristeza Eu chamei o festeiro dentro do salão O senhor não repare da nossa expressão Desafio numa festa é boa diversão Mas eu não gostei desses dois forgazão Eu notei que esses homem não tem instrução Maltratar um colega sem haver razão Eu preciso lhe dar uma boa lição
Esse violeiro alto eu comparo um, mourão E esse magrelo uma mão de pilão O que tem a voz forte eu comparo a um trovão E da voz mais fraca eu comparo a um rojão Que sobe um pouquinho com muita aflição Vai soltando fogo fazendo explosão No fim os dois vem arrebenta no chão Esse foi um dos verso dos mais inferior Não dei mais descanço pros dois cantador Não sou estudado não sou professor Mas sei meu lugar também dar valor Não desprezo ninguém muito menos o senhor Que vem de longe fazendo furor Olhei no salão não vi mais o cantor
Compositor: Adauto Ezequiel (Carreirinho) (SBACEM)Editor: Irmaos Vitale (SOCINPRO)Publicado em 2003 (17/Jul) e lançado em 2003 (01/Jul)ECAD verificado obra #3227379 e fonograma #598339 em 04/Abr/2024 com dados da UBEM