O hálito cansado de um corpo pálido trava sua batalha contra a neblina fria. Dentro de botas úmidas artelhos corroem, a carne arde e são seis horas, nove horas, três horas e tudo bem.
Mas eu vi acenar para mim o homem na lua a bocejar. E sim, ele estava tão feliz... morto e tão feliz... E eu limpei os meus olhos destas aranhas sem pernas e acendi cigarros e estopins.
Vou voltar 'a' meia-noite só pra ver voltar.
Minhas mãos cansaram de esmurrar o vidro quando te via escovar suas três fileiras de dentes "e estive preso no espelho por tanto tempo que nem sei bem, e mais cem anos, seis meses, três dias, tudo bem... tanto faz".
Aprendi a amar teu sorriso como se aprende a amar quem sempre diz que no final todos tem a justiça e o sentido e todos são amigos. Quem diria "eu amigo"... Quem diria... eu sei...
Vou voar agora que me destes asas.
Devoro exércitos, devoro exércitos, canto para os pássaros, corro nos desertos, nem a vontade de mil conselhos pode me deter. Devoro exércitos, devoro exércitos, o sangue negro feito petróleo da boca escorre e me deixa mais forte. Nem São Jorge vai te proteger.
Vou chegar as crateras da lua e me tornar um deus.
Compositores: Fabio Luiz Altro Soga (Nene Altro), Fausto Fabio Morais Nunes Oi (Fausto Oi), Marcelo Jose da Silva (Tyello), Marcelo Verardi ECAD: Obra #3278365 Fonograma #12272699