Cuelho de Alice
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Não Há Nada Que Eu Queira

Cuelho de Alice


Estou num túnel
A luz que vem é um trem
Abro o peito e espero
E paro a máquina

Estou na rua
Alguém me tem na mira
Encaro a bala
E destroço nos dentes

Não há nada que eu queira que eu não possa querer
Não há nada que eu queira que eu não possa querer
Não há nada que eu queira que eu não possa querer
Não há nada que eu queira que eu não possa
Querer

Estou na boca
Alguém me aponta a faca
Eu lambo a lâmina
E tiro o fio nos lábios

Estou no asfalto
A morte vira a esquina
Toco seus parachoques
Freio o destino com os braços
Não há nada que eu queira que eu não possa querer
Não há nada que eu queira que eu não possa querer
Não há nada que eu queira que eu não possa querer
Não há nada que eu queira que eu não possa
Querer


Cortes profundos
Tiros à queima roupa
Jogue-me do prédio
Eu caio feito gato
Dentro dos sapatos
E saio andando com quem
Sabe bem de onde vem

Não há nada que eu queira que eu não possa querer
Não há nada que eu queira que eu não possa querer
Não há nada que eu queira que eu não possa querer
Não há nada que eu queira que eu não possa
Querer!

Composição: Paulo de Carvalho

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