Cristian de Freitas

Socorro Mulher

Cristian de Freitas


Ei, madrinha, eu já estou aqui!
Vim beirando seis da tarde
Antes de escurecer
Trouxeram minhas bagagens
Levaram meus caminhões
E numa rua dupla
Vieram dois corações cheios de luz
Ei, madrinha, eu já estou aqui!
Venha me buscar
Antes que apareça a noite
Vejo o sol se por e isso aumenta a minha lucidez
Vou caminhar por estradas desconheço
Madrinha, socorro mulher!
Amada, socorro mulher!
Ei, madrinha, eu já estou aqui!
Inertes probabilidades
De um sonho ser assim, tão real
Por favor, livrai-me do bem
Por favor, tira-me do mal
E eu te agradeço por ter me desconhecido
E eu te recebo com louvores mefistofélicos
E você então me estende a palma da mão
Para que eu me deite
Para que as sobras do meu corpo
Se derretam, se derretam
Madrinha, socorro mulher!
Amada, socorro mulher!
Madrinha, socorro mulher!
Amada, socorro mulher!
Ei, madrinha, eu vou pra nunca mais!
Não me deram atenção
Nem mesmo um pedaço de qualquer coisa
Sua roupa limpa continua fedendo
Seus queijos mais brancos vão virar soro
Rogam-te os achaques e as moléstias
E os vocábulos de proliferação
Fujam-te das dores dos adivinhadores
Que previram a última das constelações
Madrinha, socorro mulher!
Amada, socorro mulher!
Madrinha, socorro mulher!
Amada, socorro mulher!
Madrinha, socorro mulher!
Amada, socorro mulher!

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