Cristian de Freitas

Seu Polícia

Cristian de Freitas


De vez em quando penso em desistir da vida
Mas o que me segura é mesmo essa lida dura
Cartas pra América que eu nunca escrevi
Me fazem perceber que nunca em liberdade eu vou viver
E nos recados que as estrelas me deixaram
Os sonhos me provaram que eu sou um mero tolo acreditador
No pesadelo tão real que sempre vivo, dele acordo calado
E um cara do meu lado questionando sobre amor
Soldados marcham regredindo com sucesso
Cadê o seu progresso? Insista em lhe buscar!
Sou sagitário de natureza errada
E cavoucando estradas, não tenho mais história pra contar
Eu bem queria poder sair por aí sem ter com o que me preocupar
E ter razão em tudo o que eu digo
Mas, dentro desse mundo estranho, feito de aparências
Talvez as consequências sejam melhores do que vir comigo
Durante os dias loucos, noites traiçoeiras
Plantando bananeiras, colhendo solidões amadas
E no sangue que jorra da algema, fingir é o meu lema
Tudo terminará em todas as ruas sendo filmadas
Oh, seu polícia, me deixa trabalhar
Porque se eu não trabalho eu volto a chorar
Oh, seu polícia, me deixa então chorar
E vai prender alguém que não queira mais sonhar
Quando me chegam os boletos pra pagar
Respeito a bíblia, mas detesto São Tadeu
Ele me prometeu emprego na fábrica do bem
Velas acesas e promessas apagadas
O padre não entende nada, mas mesmo assim insiste o mesmo amém
Depois de refletir sobre as contar que eu pago
Queria ser um mago, sumir pra algum lugar sem despedida
Tal qual um dia fui matriculado, no outro sepultado
Chutado pra escanteio e pego em flagrante, preso
Não vou mais tentar nenhuma saída
Das dores do mundo moderno, eu me apoderei
Tô pensando em ser rei daquilo que nunca foi meu
De hoje em diante eu só vou gritar contigo
Não vou guardar pra mim (pois) aquilo o que é ruim tem que ser seu
Já era madrugada quando eles acordaram
Preparam o café, amargo, ele tem gosto de preocupação
Quanto mais rezo, mais gente certa me aparece
Aumento então a minha prece, seu moço, já adianta muito não
Durmo fingindo escutar a minha sede, sonhar com uma rede
E penso em como agir para sair dessa cadeia da alimentação
Mas, por favor, não usem viaturas, apelem pra ditaduras
Quero vender de vez meu coração
Oh, seu polícia, me deixa trabalhar
Porque se eu não trabalho eu volto a chorar
Oh, seu polícia, me deixa então chorar
E vai prender alguém que não queira mais sonhar
Oh, seu polícia, me deixa trabalhar
Porque se eu não trabalho eu volto a chorar
Oh, seu polícia, me deixa então chorar
E vai prender alguém que não queira mais sonhar

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