Cristian de Freitas

Pela Madruga

Cristian de Freitas


É madrugada
A porta tá só encostada
E eu aqui sem fazer nada
Só pensando em trabalhar
Tinha um amigo
Que uma vez me deu conselho
Me disse pra olhar no espelho
E nunca deixar de sonhar
Se a realidade
Insistir na consciência
E vier a desistência
Conseguir me atrapalhar
Eu prego firme
O juramento mais sagrado
E prometo que de lado
A tristeza eu vou deixar
É quando chega
Um ladrão de paraíso
E o meu sorriso ele quer tomar
Digo pra ele que é o que eu mais preciso
Para que um dia eu possa chegar lá
Chegando em casa
Abro a minha geladeira
Até parece brincadeira
Não tem nada pra comer
Esquento a janta
E engulo a saudade
De quanto a liberdade
Me fazia percorrer
Por dez estradas que me levavam de lá
E me traziam pras bandas daqui
E volta e meia eu vinha pro lado de cá
Sem conseguir nunca dali sair
Hoje o progresso
Mais parece regressista
E é essa regra do regresso
Que me faz ter pesadelo
Agora veja o que eu tenho que aguentar
Muita força pra arrumar
Querem arrancar meu selo
De garotinho responsável e bonito
O infinito tinha que ser logo ali
Pois qualquer coisa era só eu dar um grito
E me atirava pra sempre dentro de si

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