Pedi ao Monte Cristo para que viesse me buscar Eu vou agora à noite e vamos ver no que vai dar Já aprontei minhas maletas, escondi minhas canetas Pra escrever um conto a menos E agradecer aos meus pequenos Órfãos de um bento cerne que nunca veio se manifestar E esse bento cerne nada vale depois que o dia clarear Pessoas caminhando me lembram Eu e você na beirada da vida Monte Cristo, venha me buscar Monte Cristo, venha me buscar Comi dois pés de manga e bebi feijão com arroz O resto da miséria não deixei para depois Fui buscar no continente outro rosto sorridente Que não fosse o meu Para que o semblante magnífico do amor esteja aqui E não demore, oh, Monte Cristo E não demore, oh, Monte Cristo Hoje é muito curto O amanhã vai terminar no mesmo dia Se a gente não correr Vamos viver a Deus dará, que agonia Depois de dois míseros beijos de amor Fumei liambas transvestidas de pavor E toda a culpa disso que está acontecendo É de quem nem nasceu, tampouco antes já morreu Aqui crescendo Vamos agora pra São Tomé Vamos agora pra Nazaré Vamos agora pra Vila Velha Vamos agora pra Maresias Nos preocupar com o mar e o nível da água (subirá) E não demore, oh, Monte Cristo E não decore, oh, Monte Cristo E não mais chore, oh, Monte Cristo Não me devore, oh, Monte Cristo