Cristian de Freitas

Mês de Cristo

Cristian de Freitas


No dia 2 do último mês daquele ano par
Vieram me buscar da bolsa quente que me amamentava
Me expulsaram do silencioso altar, ventre maravilhoso
E aquilo de nascer naquela hora me assustava

Eu vi dois olhos negros, toca clara, rosto coberto
E então de peito aberto, comecei a chorar
Chamaram Neusas, Sebastianas, Baltazares
Juscélias, Lindomares, Domingos, todos vieram olhar

A criatura toda coberta de sangue
Ardendo sob a luz do sol nascente a brilhar
Chamaram pelo nome, tributo a Jesus Cristo
Mas que diabo é isto? Só falta ele crescer, ser presidente e me alcançar

Depois de um ano quase internado no hospital
Decidi ser anormal e ter a voz tão baixa quanto o nível desse mar
Agradeço a Deus todos os dias por poder ao mundo escrever
E pelo atmosfera poluída que não dá pra eu muito respirar

Daquele dia em diante, foi só festa e pecado
E a morte lado a lado, qualquer coisa é só chamar pra outro plano
Tenho vinte e um anos de pura mente aberta, não sei se é coisa certa
Só sei que aprender, saber de tudo é ledo engano

E hoje eu sei que nos planos de Jesus
Que se libertou da cruz e voltou para salvar o mundo
E hoje eu sei que as estrelas me trouxeram
E agora me transformaram em um herói vagabundo

E hoje eu sei que os meus pais não tinham nada
E que eu fui aparecer totalmente na hora errada
E hoje eu sei que a vida me acode
E que só Deus me sacode nessa minha caminhada

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