Meus calcanhares sujos interpretando a minha contradição E o meu coronelado acabando com todos sob o chão Aviões amarrotados fazem parte da high society italiana Que nunca vai regredir nem sequer progredir, nação americana Podem os tranquilizadores se desligarem do mundo menor Países de baixo clima se despovoando ao meu redor E coisas tradicionais hoje são raros desatinos E as marcas do passado, no futuro, sim, elas virão Fortes como a morte Amargas como a minha escravidão O berço em que dormi por vinte e sete anos faleceu E as minhas conquistas morreram Represas de chocolate poluídas por um pouco de água em pó Não teremos dó nem das notas musicais Nem teremos sede de apanhar todos esses animais E agora, mais do que nunca, tudo é passageiro E os passageiros do trem da vida se doem e corrívelmente parados Ficam do lado esquerdo oposto do gosto salgado do sexo Queria ter paciência pra lidar com a intolerância humana E fazer um castelo com tijolos abandonados nesse lote vazio Sou uma planta carnívora que não tem medo de nada Girafas desenhadas em pratos de jogar na neblina vermelha E o que mais se dissesse seria condenável, próprios delírios Os campos hoje estão mortos e os apressados, direitos Na minha estante guardo, um pouco de pó mágico Na minha estante apago memórias das outras pessoas Da minha estante faço um abraço de urso ou de onça Seja quando for, que morra de amor Os intoleráveis E a minha dor os causa revolta E a minha cor há de trazer de volta o tempo Perdidos estão os escravos que um dia foram reis Hoje, o umbral não levará mais do que três E as músicas de melancolia hão de servi-lhe uma taça de sangue Prefiro morrer de vida Do que viver na morte E quando as folhas caírem Mas quando as florem sorrirem Tudo vai virar pó E eu finalmente, estarei só Tão só, tão só