Cristian de Freitas

Estandatário

Cristian de Freitas


Meus calcanhares sujos interpretando a minha contradição
E o meu coronelado acabando com todos sob o chão
Aviões amarrotados fazem parte da high society italiana
Que nunca vai regredir nem sequer progredir, nação americana
Podem os tranquilizadores se desligarem do mundo menor
Países de baixo clima se despovoando ao meu redor
E coisas tradicionais hoje são raros desatinos
E as marcas do passado, no futuro, sim, elas virão
Fortes como a morte
Amargas como a minha escravidão
O berço em que dormi por vinte e sete anos faleceu
E as minhas conquistas morreram
Represas de chocolate poluídas por um pouco de água em pó
Não teremos dó nem das notas musicais
Nem teremos sede de apanhar todos esses animais
E agora, mais do que nunca, tudo é passageiro
E os passageiros do trem da vida se doem e corrívelmente parados
Ficam do lado esquerdo oposto do gosto salgado do sexo
Queria ter paciência pra lidar com a intolerância humana
E fazer um castelo com tijolos abandonados nesse lote vazio
Sou uma planta carnívora que não tem medo de nada
Girafas desenhadas em pratos de jogar na neblina vermelha
E o que mais se dissesse seria condenável, próprios delírios
Os campos hoje estão mortos e os apressados, direitos
Na minha estante guardo, um pouco de pó mágico
Na minha estante apago memórias das outras pessoas
Da minha estante faço um abraço de urso ou de onça
Seja quando for, que morra de amor
Os intoleráveis
E a minha dor os causa revolta
E a minha cor há de trazer de volta o tempo
Perdidos estão os escravos que um dia foram reis
Hoje, o umbral não levará mais do que três
E as músicas de melancolia hão de servi-lhe uma taça de sangue
Prefiro morrer de vida
Do que viver na morte
E quando as folhas caírem
Mas quando as florem sorrirem
Tudo vai virar pó
E eu finalmente, estarei só
Tão só, tão só

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