Cristian de Freitas

Ávida

Cristian de Freitas


Há um sorriso num rosto perdido na areia
E esse teu desgosto é o que me incendeia
Me faz perceber o quanto eu te quero bem
Mas você renega e nega o meu amor também
Eu já não posso mais dizer que tudo é flor
Nem depois da primavera alheia, nem depois do sol
Eu já não quero mais mostrar o caminho
Quero só me tornar teu maior medo e teu melhor carinho
Cravos da Índia não acalmam tempestades
E hoje, só hoje, eu e você somos amigos
Mas se o dia virar uma noite qualquer você vai receber
Todo o teu amor de volta pra dentro de si
E a vida inteira magoa, magoa e transforma toda a solidão em forma de amor Lúcido
Em forma de amor crucial, em forma de amor
Pois todo o passado agora vem à tona
Cubro-me do frio, me protejo na calda desse teu cabelo de lona
Rasgo teus planos de prato e o resto do tempo demora pra existir
Se todo o sonho no mundo for como o meu, improvável penumbra branda
No cotovelo lambido, uma rude esfera alcança os meus pulmões
Rasgam teus versos, tuas prosas, teoremas, teorias e aquelas explicações
Não há mais grama capaz nem fugaz de sumir de todo o assentado
Porque os caminhos da vida caminham no mundo de lado, cortei dobrado
Atalhei, plantei, brotei, mastiguei, degolei e fumei toda a escuridão
E ultimamente eu venho andando nas orças do zombo da oposição
Sinceramente, nem sentem mais pena de mim, que dirá sentirem de morte
Os procotós tomateiros invadem terreiros e fogem da própria sorte
Nas entranhas do destino, eu desde menino, criava um dromedário
Consideraram agonia e a minha alegra marcou-se no calendário
E eu sozinho vi, vivi e então me reparti todamente inteiro
Quantas vezes eu sonhei, nunca mais desejei ser rei brasileiro | E3d
A fuga é grande e eu sou tão gigante que nem quase encontro por onde ir
E os desencantos parados no meio do nada sempre haverão de surgir
Últimas dores no mundo, muitas sanguessugas voando, olhos azuis
Adoradores no templo, amado acalento, mudança de atmosfera
Onças que brilham no espaço, calor de um abraço, não há coincidência mera
Sexos, beijos, as taras, desejos, sussurros que nos excitam
Mãos a fiar, linha tênue a ser gasta e pessoas nos palpitando
E assuntos vão faltar por mais que duas pessoas estiverem conversando
Um grito hoje ecoa nesse peito tristonho e eu, sem nenhum tipo medo, apenas vou
Nada mais me fará falta, tudo agora é suficiente mente brilhante
Tudo agora é pesadelo, mas meu peso é tê-lo em meu caminhar e encontrar
As libélulas, um dia, ainda caíram sobre os canais destilados
E a música tocando, e o pássaro cantando e eu me perguntando
Quem tem mais força?
Quem tem mais força?
Quem tem mais força?
Quem tem mais força?

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