Acordei, nem lavei o rosto
Caminhei, encontrei o gosto da mulher

Discordei de todas as verdades
E sonhei com uma realidade mais concreta

Desisti de atingir a meta que me foi estipulada
Arranquei todos os quadros pregados na parede

Comi areias que voaram com o tempo
Bebi a água do seu ventre, universo

E todo o barulho se fez rouco
E todo o entulho me fez louco
E do mês de Julho, sobram poucos
Dias

Levantei vivendo um pesadelo
Eu lancei Gaspar e Consuelo

Estavam mortos na beira da sala de jantar
Estavam mortos nas beiras de um quintal qualquer

E toda a alegria virou medo
E todo o espalhado segredou
E todo o sossego me atormentou
E todo o mês de Julho terminou
No amor

Engoli palavras de ofensas
Degustei saudades tão imensas

Me borrei e me jorraram almas
Me brotei e flutuaram calmas

E todo o passado no semblante
Tornou a consequência intrigante
Procura-me saber da inteligência
E todo o mês de Julho se recomeçou
Instante