Me corte na boca do céu a morte não pede perdão É o tambor desse destino oblíquo na palma da mão Abre a porta da lua laranja aos montes quem lhe manjara É que essa ponta solta é fumaça e chave que chapa a cara
Se os corais tivessem braços e pernas, pegariam em armas Pra travar guerra civil com a terra fuzil de sub aquática O Estado acusa o golpe, fogueteiro não dá vacilo E o que a faca arranca da cobra, dorme na zoeira do guizo
A mãe preta no barraco o mundo é injusto Porque só sobrou pra ela o balaio do peso do amor E eu me vesti de solidão, me vesti de solidão E eu vou pro meio da rua, Carnaval é multidão Fantasia pra alegoria, teu posto é só uma ilusão Há uma vaga em aberto na embaixada, há podridão (E eu?)
Sem Deus no coração sou só uma unidade de carvão E o menino carvoeiro na fé que move a nação Ao ateu a reza e ao rezado a razão E que no aterro da desgraça suba o cheiro da comunhão Soldado morre na guerra do tráfico seu pai perguntou Porque nobre não manda seu filho pra morrer com anel de doutor? Na biqueira o outro filho com quem o irmão soldado trocou Esticado em duas valas, dois filhos, um pai chorou É que aqui só morre pobre, isso a tv não mostrou Ou mostrou e eu nem percebi do sofismo que impregnou Eu me vesti de solidão, me vesti de solidão Eu vou pro meio da rua, Carnaval é multidão Fantasia pra alegoria, teu posto é só uma ilusão Há uma vaga em aberto na embaixada há podridão
Eu me vesti de solidão, me vesti de solidão Eu vou pro meio da rua, Carnaval é multidão Fantasia pra alegoria, teu posto é só uma ilusão Há uma vaga em aberto na embaixada há podridão
Compositores: Jose Henrique Castanho de Godoy Pinheiro (Ze Gonzales), Kleber Cavalcante Gomes (Criolo), Andre Murilo da Silva (Tropkillaz) ECAD: Obra #36469978 Fonograma #32921854