Navega sobre névoas em seu Ubá O Grande Pajé Transpassa o portal Do mundo sobrenatural
E deu vida Ao grande ritual Mura, mura, murá
Navegantes das águas Seus olhos encheram na noite infinita Mirações colossais
Nos cantos Nas danças com ervas sagradas Psicotropia do pajé Absorvidas em êxtase transcendental
Dispara aos céus A flecha serpente, voa Dando inicio a soturna emboscada ao som do Uera
Raízes da grande muralha são os seus braços Que livram do agouro, da morte, da grande tocaia Corsários das águas bravas Defensores das águas turvas Do madeira, do Purus e Solimões
Reza pajé e alcança tua fé em oblação Voa pajé ao labirinto das aguas Seus braços são samaúmas Em formas de muralhas Que protegem todo mal da escuridão
Seus guardiões São os olhos de todos os bichos Que rastejam Que vagueiam
Piranhas sombrias Enguias, jacarés e poraquês Doma pajé As criaturas do fundo do rio
E transfere aos guerreiros Os poderes dos seres lendários Aplacando assim a fúria do inimigo Wuyjugo
Mura (hehey) Mura (hehey) Tem a força do grande xamã A sabedoria, o segredo das aguas Mura (hehey) Mura (hehey) Tem a força do grande xamã A sabedoria, o segredo das aguas