Compadre Olevy e Zé Dirceu

Filho do Sertão

Compadre Olevy e Zé Dirceu


Sou lavrador
vivo chorando de saudade da roça
deixei bem longe meu sertão, a palhoça
vim pra cidade pois não pude agüentar
O meu trabalho era explorado com salário de fome
para que pensa que lavrador não come
pegue a enxada e fique no meu lugar

Mas na cidade
precisa mão de obra especializada
a minha mão era só calo e mais nada
"Não temos vaga" era o que eu ouvia
O aluguel, a luz, a água já estava vencido
mais pelo tempo que havia perdido
tornei-me à enxada e fui ser bóia-fria

Trabalho duro
mas o que ganho mal dá pro alimento
e pra aumentar ainda mais meu tormento
com essa seca o serviço parou
A dor maior que corta fundo o meu coração
é de saber que com a desnutrição
até meu filho de crescer já parou

Nosso Senhor
que dá a todos sua recompensa
olhe de cima essa diferença
dos empregados para com seu patrão
Poucos têm muito
mas quem trabalha fica quase sem nada
a terra é nossa e tem que ser partilhada
mande de volta esse filho do sertão.

Composição: Ze Dirceu

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